
Utilizando um semicondutor composto de arseneto de índio e gálio, cientistas alcançaram um recorde de persistência para um material classificado como cristal do tempo, um fenômeno aparentemente paradoxal que se repete no tempo.
O experimento conduzido por pesquisadores da Universidade de TU Dortmund, na Alemanha, estabeleceu um período de oscilação de pelo menos 40 minutos.
Neste caso, superando amplamente outras tentativas e estabelecendo um novo padrão nessa área.
Este pequeno relógio, com suas interações entre elétrons e núcleos atômicos, demonstra a continuidade do fenômeno do cristal do tempo.
O conceito de cristal do tempo, proposto há mais de uma década pelo físico Frank Wilczek, é comparável aos padrões espaciais que encontramos em diamantes, safiras e quartzos.
Enquanto esses são arranjos de átomos no espaço, um cristal do tempo é uma estrutura que se repete ao longo do tempo.
Os físicos têm procurado por sinais desse fenômeno em materiais, muitas vezes encontrando batidas estranhas que desafiam a física convencional.
Esses cristais de tempo discreto dependem de algum tipo de influência externa para manter seu ritmo, ao contrário do cristal de tempo contínuo, que se alinha mais à visão de Wilczek.
O cristal de tempo contínuo observado neste experimento resulta de uma complexa interação entre elétrons e núcleos em um material especialmente projetado.
A energia necessária para manter esse padrão é fornecida externamente. Entretanto, não está diretamente ligada ao tempo, assemelhando-se a uma brisa que faz um sino de vento vibrar de forma inesperada.
Para manter esse cristal do tempo, eles utilizam uma fonte de luz para realinhar os spins nucleares.
Nesse sentido, pequenos ajustes nas condições experimentais podem alterar drasticamente a duração das oscilações, de alguns segundos a quase um minuto.
Os pesquisadores não encontraram sinais de decaimento na oscilação durante os 40 minutos de medição. Sugerindo, assim, que o fenômeno poderia persistir por horas, ou até mais.
Esta descoberta representa um avanço significativo.
Especialmente, por ser a primeira vez em que observa-se um comportamento cristalino contínuo em estado sólido, abrindo portas para novas aplicações em hardware que requerem medidas de frequência precisas.
Fonte: Science Alert