Nova pesquisa explica como uma única espécie se torna muitas

Estudo confirma como uma espécie se torna várias. (Imagem: Marc-Olivier Beausoleil)

Um novo estudo esclarece o processo pelo qual uma única espécie se diversifica

Utilizando dados provenientes de quatro variedades de tentilhões de Darwin nas Ilhas Galápagos, uma equipe de pesquisadores corroborou uma hipótese de longa data.

E assim, acabou confirmando que: a diversidade de espécies se desenvolve por meio da adaptação a diferentes recursos dentro de uma única espécie.

Os biólogos evolucionistas há muito suspeitam que a diversificação de uma única espécie em múltiplas espécies descendentes – isto é, uma ‘radiação adaptativa’ – é o resultado da adaptação de cada espécie a um ambiente diferente.

No entanto, testar formalmente essa hipótese tem sido desafiador.

Em parte, devido à complexidade em estabelecer firmemente a relação entre as características das espécies e a “adequação” evolutiva de um grupo de espécies relacionadas que divergiram recentemente de uma espécie ancestral comum.

Então, para isso, uma equipe global de biólogos, sob liderança da Universidade McGill, compilou quase duas décadas de dados de campo.

Isso, representa o estudo de mais de 3.400 tentilhões de Darwin nas Ilhas Galápagos.

O objetivo era identificar a relação entre as características do bico e a longevidade de tentilhões individuais de quatro espécies distintas.

“Recentemente selecionado como artigo de Escolha do Editor para a edição de dezembro da Evolution, o estudo utilizou dados de quatro espécies, que evoluíram de um único ancestral comum há menos de 1 milhão de anos.”

Os pesquisadores construíram um “cenário de aptidão” detalhado para prever a probabilidade de longevidade de um indivíduo com base nas características de seu bico.

Tico-Tico (Zonotrichia capensis) Pássaro pequeno que habita campos abertos, plantações e áreas com pouca vegetação arbórea aonde alimenta-se de frutas, sementes e pequenos insetos. (Crédito: Brotando Consciência)

Resultados

Descobriu-se que os tentilhões com características de bico típicas de cada espécie viveram mais tempo, enquanto aqueles que se desviaram das características típicas tiveram menor sobrevivência.

Em resumo, as características de cada espécie correspondem a picos de aptidão, que podem ser comparados a montanhas em um mapa topográfico, separadas de outras montanhas por vales de menor aptidão.

“As espécies biológicas são diversas na sua forma e funções principalmente porque características individuais, como os bicos, são selecionadas pelo ambiente em que as espécies são encontradas”.

afirmou o autor principal Marc-Olivier Beausoleil.

Consequentemente:

  • “a diversidade da vida é um produto da radiação de espécies que se especializam em diferentes ambientes;
  • no caso dos tentilhões de Darwin, esses ambientes são diferentes tipos de alimentos”, acrescentou o professor Andrew Hendry, que participa do projeto há mais de 20 anos.

Surpreendentemente, os pesquisadores também constataram que as diversas espécies de tentilhões estudadas ainda não atingiram o pico de sua “montanha” de aptidão.

Sugerindo assim, que cada espécie não está completamente adaptada ao seu tipo de alimentação.

Entretanto, ainda não se sabe se tal “perfeição” evolutiva ocorrerá.

Fonte: Phys.Org

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