Poderia um planeta alienígena do tamanho de Marte estar oculto nas fronteiras inexploradas do Sistema Solar?
Bem, a vasta fronteira do Sistema Solar externo, distante do Sol e desafiadora para telescópios discernirem detalhes, pode esconder segredos intrigantes.
No notável Cinturão de Kuiper, estendendo-se além da órbita de Netuno, onde residem planetas anões como Plutão, Éris e Haumea, surge a hipotética Nuvem de Oort. Um vasto campo esférico de pequenas rochas que abraça todo o Sistema Solar, cujas dimensões não são precisamente conhecidas.
Assim, dentro desta região distante do Sistema Solar, acredita-se que cometas de longo período tenham sua origem, levantando a possibilidade intrigante da existência de planetas desconhecidos nos confins externos.
Amir Siraj, astrofísico teórico da Universidade de Princeton, dedicou-se a pesquisas para estimar o número de planetas alienígenas que poderiam estar ocultos nessa parte do Sistema Solar.
Seus cálculos sugerem a possível presença de 1,2 planetas com massa superior à de Marte, 2,7 planetas com massa semelhante à de Marte e 5,2 planetas com massa comparável à de Mercúrio.
Esses números derivam de modelos matemáticos e do conhecimento astronômico existente.
Planeta alienígena no Sistema Solar
Atualmente, o conceito de planetas alienígenas em nosso Sistema Solar ganhou impulso após a descoberta de planetas livres ou errantes, inicialmente relatados em 2000.
Esses planetas, desvinculados de qualquer estrela, perambulam pela galáxia. Com a hipótese de interações gravitacionais em seus sistemas estelares originais terem causado sua ejeção para o espaço.
À medida que os métodos de detecção aprimoram, as estimativas do número desses planetas errantes tornam-se mais precisas.
Nesse sentido, um aspecto intrigante desses planetas errantes é a possibilidade de se tornarem gravitacionalmente vinculados a um sistema estelar diferente, caso passem suficientemente perto.
Esse fenômeno, observado em menor escala dentro de nosso Sistema Solar, com Júpiter capturando corpos celestes menores, é o foco da pesquisa de Siraj.
Então, ele explora a probabilidade de planetas errantes serem capturados pela gravidade do Sol, utilizando estimativas do número desses planetas na Via Láctea e a porcentagem de estrelas suscetíveis a tal captura.
As descobertas de Siraj apontam para uma probabilidade razoável de um planeta, variando em massa de Mercúrio a Terra, existir nas áreas gélidas do Sistema Solar.
Ele destaca a necessidade de mais simulações para analisar a captura e retenção de planetas livres, bem como aqueles vinculados a outras estrelas.
Tais simulações podem oferecer insights sobre o plano orbital e as probabilidades de posição no céu para planetas capturados.
Além disso, Siraj propõe explorar outros métodos observacionais para confirmar a existência de planetas capturados.
O Observatório Vera C. Rubin, atualmente em construção no Chile e programado para iniciar operações em 2025, pode desempenhar um papel crucial na detecção desses planetas hipotéticos.
As capacidades do observatório podem viabilizar a detecção desses planetas se estiverem em uma posição favorável no céu.
Fonte: The Astrophysical Journal Letters, TecMundo e Climatologia Geográfica