Seca histórica no Amazonas revela imagens rupestres indígenas pré-coloniais

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A seca histórica que afeta o rio Negro no Amazonas tem revelado pinturas rupestres que remontam aos povos indígenas que habitaram a Amazônia séculos antes da chegada dos colonizadores portugueses.

Essas descobertas proporcionam uma visão mais profunda sobre as civilizações que ocuparam a região de Manaus entre 1.000 e 2.000 anos atrás.

Situadas em rochas que normalmente estão submersas no “Encontro das Águas,” essas imagens só se tornaram visíveis durante os períodos de estiagem e quando os rios Negro e Solimões estão com baixa vazão, em uma área conhecida como “Ponta das Lajes.”

As figuras nas rochas, comumente chamadas de “caretas,” apresentam símbolos que se assemelham a faces humanas. Embora a origem dessas representações ainda seja incerta, arqueólogos que estudam a região amazônica sugerem que elas podem ter sido criadas por povos indígenas que habitaram a área há aproximadamente 2.000 a 5.000 anos.

“Conhecer e, principalmente, proteger essas descobertas de relevância cultural e histórica é um dever de toda a sociedade. A Constituição Federal de 1988 reconhece o patrimônio arqueológico como parte integrante do Patrimônio Cultural brasileiro, impondo ao poder público, com a colaboração da comunidade, a responsabilidade de sua preservação.”

Instituto Soka Amazônia, que administra a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN).

“Essas pinturas são uma expressão poderosa da maneira como esses povos viam e representavam elementos cruciais de suas culturas. Esse sítio arqueológico complexo está localizado nas proximidades do encontro das águas, um local de grande importância em vários aspectos, desde tempos remotos até os dias atuais. Não é por acaso que Lajes foi o primeiro sítio arqueológico registrado em Manaus.”

Helena Pinto Lima, doutora em arqueologia pela USP e pesquisadora do Museu Paraense Emílio Goeldi.

A descoberta das gravuras rupestres indígenas pré-coloniais no rio Negro, resultado da seca histórica que atinge a região, reveste-se de profunda importância.

Essas imagens milenares proporcionam uma rara janela para o passado, permitindo-nos mergulhar nas culturas e sociedades que habitaram a Amazônia séculos antes da chegada dos colonizadores portugueses.

O fato de essas gravuras emergirem devido a um evento climático excepcional ressalta a fragilidade do nosso patrimônio arqueológico e a necessidade premente de sua preservação. O reconhecimento do patrimônio arqueológico como parte integrante do Patrimônio Cultural brasileiro, conforme estabelecido na Constituição Federal de 1988, coloca a responsabilidade de proteção sobre o poder público e a comunidade.

Essas representações, conhecidas como “caretas,” oferecem insights valiosos sobre a visão de mundo, os símbolos culturais e os rituais de povos antigos que habitaram a região. Além disso, a localização dessas gravuras nas proximidades do “Encontro das Águas” realça o significado histórico desse local, um ponto de convergência cultural e ecológica desde tempos imemoriais.

Esta descoberta ressalta a necessidade de uma abordagem consciente e colaborativa para proteger e estudar esses tesouros arqueológicos, a fim de entender e apreciar a riqueza da herança cultural da Amazônia.

Fonte: Uol notícias

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