Por anos, pesquisadores do MIT vem explorando as complexidades das teias de aranha, mergulhando na arquitetura e nos materiais que as compõem.
Essa jornada científica se converteu em uma interpretação musical do mundo desses aracnídeos, fundindo ciência com arte.
Surpreendentemente, apesar de suas oito visões, as aranhas não se guiam pelo olhar, mas sim pelas vibrações. Assim as teias de aranha transcendem a função de armadilhas letais, pois são também portais de comunicação com o ambiente.
Nesse sentido, elas decodificam as vibrações nos fios, discernindo entre visitantes amigáveis e jantares em potencial. Esse conhecimento se entrelaça com a construção de suas casas.
Essas teias de aranha são mais que intricados fios, são obras tridimensionais. Raras são as espécies que adotam a típica forma circular que vemos nos desenhos. Geralmente, cada fio se entrelaça meticulosamente, criando uma estrutura que faz sentido para sua artesã.
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Maestrinas do caos natural
E se as aranhas fossem regentes do caos? Pesquisadores do MIT, colaborando com mentes artísticas da instituição, deram vida à exposição “Spider’s Canva”. Em 2019, essa mostra interativa transformou os filamentos das teias de aranhas tropicais em uma sinfonia de cordas, cada uma com sua própria melodia. Ouça!
Essa música aracnídea não é apenas estética, ela revela os mistérios da comunicação desses seres.
A quebra de um ponto de conexão gera uma reação em cadeia, modificando as vibrações, e portanto, alterando a harmonia.
Essas variações podem ser alertas para as aranhas, indicando a chegada de visitantes desejados, como entregadores de comida, ou indesejados, como parentes intrusos no fim do ano.
Curiosamente, sem ouvidos funcionais, estudos sugerem que essas mudanças são captadas por receptores em suas patas. Ou seja, uma peculiar forma de audição.
As aplicações dessas descobertas vão além, podendo influenciar desde a engenharia civil até a resistência de materiais e a tecnologia de ancoragem.
E assim, mais uma vez, a natureza nos oferece uma aula de arte e ciência, entrelaçadas para embelezar e funcionalizar o mundo.