Dia da Consciência Negra: conheça a origem e história do feriado

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Celebrada desde os anos 1960 pelo Movimento Negro, o dia da Consciência Negra relembra a história de resistência contra a escravidão

O Dia da Consciência Negra existe oficialmente desde 2003 como uma celebração escolar e desde 2011 como lei.

A data marca a morte de um dos maiores lutadores contra a escravidão no Brasil, Zumbi dos Palmares.

Apesar da celebração da data, estátuas e monumentos que levam o seu nome, a história de Zumbi e do Quilombo dos Palmares é pouco conhecida. 

A história de Zumbi dos Palmares

A história conta que filho de Sabina, Zumbi nasceu livre em 1655 no estado de Alagoas. Ainda pequeno, foi entregue a um padre e batizado com o nome de Francisco. Foi quando ele aprendeu a falar português e a participar do cotidiano de celebrações da igreja até os 15 anos. Então, foi quando decidiu voltar ao quilombo dos Palmares, até o momento governado pelo seu tio Ganga Zumba. 

O Quilombo dos Palmares ficava na região da Serra da Barriga, hoje território alagoano. Os historiadores o consideram como o maior quilombo da América Latina, chegando a ter uma população de 20 mil habitantes. Ou seja, negros e negras que fugiram da escravidão, indígenas e pessoas consideradas “fora da lei” na época. O Quilombo era, na verdade, uma junção de pequenos mocambos, nome dados à pequenas comunidades, sendo o centro político de Palmares o mocambo do Macaco.

A vida nos quilombos

Lá, a terra e a produção eram coletivizadas, sendo a agricultura a principal atividade do local. Documentos também apontam a existência de olarias, oficinas de metalurgia, criação de pequenos animais e artesanato, que eles vendiam nas pequenas vilas nos arredores. E também enviavam para os que não conseguiam fugir do domínio dos senhores de engenho. 

A grandiosidade e prosperidade do Quilombo assustava os escravocratas, que viram durante anos as fugas das senzalas em direção a Palmares.

Por isso, na segunda metade do século XVII iniciaram expedições para atacar e destruir o local, mas todas sem sucesso. Para diminuir os ataques, em 1678 Ganga Zumba vai ao Recife para negociar com o então governador do estado, D. Pedro de Almeida.

O acordo foi de que os descendentes de escravizados que nascessem em Palmares seriam livres. Todos que aceitassem o acordo seriam retirados da serra e receberiam terras para viver. Seria proibido abrigar novos escravos que fugissem e os que garantissem sua liberdade seriam considerados propriedades da Coroa.

O acordo causou confusão especialmente entre os que consideravam-se fugitivos, já que teriam que renunciar a sua liberdade. Logo após o acordo, Ganga Zumba é morto, sendo a principal suspeita de seu assassinato um envenenamento.

Quando Zumbi assume a liderança

A partir daí, seu sobrinho Zumbi passa a governar Palmares, numa época de muitos ataques e expedições financiadas pela Coroa. 

Em 1694, sob o comando de Domingos Jorge Velho e Vieira de Mello os portugueses fazem a maior investida contra o Quilombo, centrando as forças na destruição do mocambo do Macaco.

Em meio ao combate Zumbi é ferido, mas consegue fugir.

Só que em 1695, no dia 20 de novembro, Zumbi é entregue por um antigo companheiro, é morto e tem sua cabeça exposta no Pátio do Carmo, em Recife, para desmentir os rumores da época de que o líder de Palmares era imortal. 

20 de novembro: luta e resistência marcam o dia da Consciência Negra

O Movimento Negro passou a celebrar a data a partir da década de 1960 como uma forma de valorização da comunidade negra e da sua contribuição na história do país.

A lei nº 12.519/2011 oficializou a data, que celebra a resistência do povo negro contra a escravidão e a luta contra o racismo no Brasil, tendo Zumbi como um dos principais líderes da história de luta pela liberdade.

Atualmente, a data é feriado municipal em mais de mil cidades e estadual em Alagoas, Amazonas, Amapá, Mato Grosso e Rio de Janeiro.

Além disso, o governo do estado de São Paulo decretou que todos os municípios da região passam a ter o feriado do Dia da Consciência Negra a partir de 2023.

Pois, com a lei n° 17.746 decretada e promulgada em setembro deste ano pelo governo do estado de São Paulo, o Dia da Consciência Negra tornou-se feriado estadual.

Via Brasil de Fato

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