Conheça os cogumelos Estrela da Terra

cogumelo geastrum saccatum

Conheça os cogumelos medicinais ‘Estrela da Terra’

cogumelo geastrum saccatum
Cogumelo do gênero Geastrum

Reconhecer os corpos de frutificação dos fungos ou os ‘cogumelos‘ em seu habitat na natureza não é muito fácil. Pouco a pouco os cogumelos vão ficando populares, mas ainda são de difícil identificação devido à baixa quantidade de materiais disponíveis com imagens  que facilitem esse estudo.

Com o intuito de contribuir com muita alegria vamos deixar aqui este artigo com informações bem interessantes sobre os cogumelos Estrela da Terra, fungos do gênero Geastrum.

So… Enjoy! =)

Nativos na Mata Atlântica e usados na medicina popular em alguns países, estes organismos são classificados como pertencentes ao filo Basidiomycota e classe Basidiomycetes.

O gênero Geastrum caracteriza-se por apresentar na maturidade corpo de frutificação com exoperídio em forma de estrela e são estruturalmente constituídos por três camadas (SOTO & WRIGHT, 2000). Existem mais de 50 espécies de fungos descritas neste gênero (SUNHEDE, 1989), sendo que no Brasil, até o momento são cerca de 27 espécies de Geastrum catalogadas ( BASEIA, 2001).

cogumelo estrela da terra
Cogumelo com o exoperídio em forma de estrela, do qual deriva seu nome popular.

A espécie Geastrum saccatum, conhecida popularmente por Estrela da Terra, é uma espécie usada na medicina popular por parteiras e curandeiros, devido as suas propriedades contra infecções nos olhos, como cicatrizante e para tratamento de problemas do sistema respiratório como a asma (TELLEZ, 1987; TOMO, 1994).

Em 2011 foram publicados novos dados sobre a distribuição de Geastrum (Geastraceae, Basidiomycota) no Brasil. A coleta de espécimes para análise ocorreu em quatro remanescentes de Mata Atlântica no estado de Pernambuco entre junho/2008 e maio/ 2009. Foram apresentados o Geastrum javanicum e o G. lloydianum como novos registros para a região Nordeste do Brasil. Oito espécies foram apresentadas como novas ocorrências para os estados: Pará (G. fimbriatum), Ceará (G. lloydianum), Paraíba (G. fimbriatum, G. javanicum, G. schweinitzii e G. entomophilum), Pernambuco (G. lageniforme e G. tríplex) e Rio de Janeiro (G. javanicum)( BASEIA, CALONGE & PEREIRA, 2011).

Análises bioquímicas de exemplares de cogumelos Geastrum saccatum, nativos na Mata Atlântica do estado do Rio Grande do Norte, demonstraram potencial anti-inflamatório, citotóxico e antioxidante nestes cogumelos (DORE, 2006).

estrela da terra
Esporocarpo ainda fechado.
cogumelos geastrum saccatum
Abertura do exoperídio.

Os fungos têm despertado muitos interesses científicos no campo da medicina como potentes antibióticos, além de coadjuvantes no tratamento de doenças como câncer e HIV. Ainda que relativamente pouco estudados estes organismos têm revelado propriedades medicinais que ajudam a humanidade empiricamente há milênios e que em meio a tantas doenças degenerativas para as quais os medicamentos modernos não conseguem cura, são de alto custo e com muitos efeitos colaterais, vêm mostrando-se como alternativa que esta sendo explorada por acadêmicos.

Imagens: Tais Queiroz/Brotando Consciência

REFERÊNCIAS

BASEIA, I.G. Gasteromycetes ( Basidiomycota) em areas de cerrado do estado de Sao Paulo,

Brasil. Dissertação de Doutorado, Universidade de São Paulo, Sao Paulo, 250pp, 2001.

BASEIA, I.G.; CALONGE, F.D. &. New distributional data on Geastrum ( Geastraceae,

Basidiomycota) from Brazil. Acta Botanica Brasilica 25(3); 577-585, 2011.

DORE, C.M.P.G. Estudo de β- glucanas extraidas dos fungos Geastrum saccatum e Polyporus

dermoporus: Caracteristicas quimicas e atividades biologicas. Natal (RN), 2006.

SOTO, M.K. & WRIGHT, J.E. Taxonomia del genero Geastrum (basidiomycetes, Lycoperdales) en

la Provincia de Buenos Aires, Argentina. Boletín de la Sociedad Argentina de Botánica 34: 185-

201, 2000.

TELLEZ, B.M.C. Importancia ecologica y economica de los hongos em la reserva de la biosfera

de la Sierra de Manantlan, Jalisco. Tesis Professional, Facultad de Ciencias, UDG, 1987.

TOMO, I.N.I. Atlas de las plantas medicinales tradicionales mexicanas. Instituto Nacional

Indigenista, Mexico, 1994.

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