Experimento de fusão nuclear bate recorde na geração de energia

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Uma equipe de cientistas e engenheiros, próximo à cidade de Oxford, na Inglaterra, alcançou um novo marco na obtenção de energia limpa através da fusão nuclear.

Utilizando o Joint European Torus (JET), uma imponente estrutura em forma de donut conhecida como tokamak, eles mantiveram um recorde de 69 megajoules de energia de fusão por cinco segundos, empregando apenas 0,2 miligramas de combustível.

A fusão nuclear, processo que alimenta o Sol e outras estrelas, é considerada o Santo Graal da energia limpa.

Esforços de especialistas ao longo de décadas para dominá-la na Terra têm potencial para gerar quantidades enormes de energia. Com entradas mínimas de combustível e sem emissões de carbono que contribuem para o aquecimento global.

O Estudo

O experimento envolveu o uso de deutério e trítio, variantes de hidrogênio esperadas para serem empregadas em futuras usinas de fusão comerciais.

Para desencadear a fusão, a equipe elevou as temperaturas do tokamak para 150 milhões de graus Celsius, cerca de dez vezes mais quente que o núcleo solar. Esse calor extremo força a fusão dos elementos, liberando calor em grandes quantidades.

O tokamak é revestido com ímãs poderosos que mantêm o plasma, sendo o calor aproveitado para gerar eletricidade.

Futuro

Esta conquista, a mais recente do JET em mais de 40 anos de funcionamento, é um impulso promissor para projetos de fusão mais avançados, como o ITER e o DEMO, este último planejado para produzir ainda mais energia.

Embora a fusão nuclear possa desempenhar um papel crucial na mitigação da crise climática, sua comercialização ainda está distante e enfrenta diversos desafios técnicos e de engenharia.

Segundo Aneeqa Khan, pesquisadora em fusão nuclear na Universidade de Manchester, o caminho para a utilização generalizada desta tecnologia é longo e exigirá investimentos contínuos, além do desenvolvimento de habilidades específicas.

O anúncio do recorde coincide com a confirmação, pelo serviço de monitoramento climático Copernicus da União Europeia, de que o mundo superou pela primeira vez o limiar de aquecimento global de 1,5 graus Celsius em um período de 12 meses.

Isso destaca a urgência da transição para fontes de energia mais limpas, como a fusão nuclear, para evitar consequências climáticas catastróficas.

Fonte: CNN

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