Cientistas brasileiros publicaram um estudo recente que explorou a ligação entre os usuários de várias substâncias psicoativas e sua afinidade com o ambiente natural.
O estudo teve a liderança dos pesquisadores Marcio Longo, Bheatrix Bienemann e Daniel Mograbi da PUC-Rio, em colaboração com o presidente do Instituto Phaneros, Eduardo Schenberg, PhD.
E sendo assim, eles publicaram o artigo em agosto de 2022, no Journal of Psychoactive Drugs.
A relação entre o uso de substâncias psicodélicas e a natureza
Com base em uma pesquisa online que envolveu cerca de 300 voluntários e investigou seus padrões de consumo de drogas, a pesquisa chegou à conclusão de que aqueles que fazem uso de psicodélicos como a ayahuasca, a psilocibina de cogumelos mágicos e o LSD também afirmam sentir uma conexão mais profunda com o mundo natural.
Este estudo abordou o consumo de diversas substâncias, incluindo ayahuasca, psilocibina, LSD, MDMA, cannabis, cocaína e álcool.
No entanto, os participantes relataram que a ayahuasca os fez sentir-se mais em sintonia com a natureza em comparação com as outras substâncias. Pode-se atribuir isso em grande parte ao fato de que, na maioria das vezes, o consumo da ayahuasca ocorre em um contexto comunitário e religioso.
Numerosas pesquisas já identificaram a relação entre o uso de psicodélicos e a interação com a natureza, uma vez que essas substâncias também tendem a aumentar a receptividade a novas experiências, intensificar a conexão com o ambiente circundante e fomentar a espiritualidade.
Além disso, há indícios de que os consumidores dessas substâncias tendem a demonstrar maior preocupação com a conservação do planeta e a preservação do meio ambiente.
Vale destacar que a maioria das pesquisas anteriores foi realizada em países desenvolvidos de língua inglesa, tornando a descoberta desse vínculo também entre os habitantes de um país de renda média uma contribuição inovadora deste estudo brasileiro.
Conslusões
No entanto, é importante notar que a pesquisa possui limitações metodológicas. Por se tratar de um estudo online, os participantes não representam necessariamente a diversidade da população brasileira.
- Os dados revelam que 60% dos respondentes eram mulheres,
- 79% eram brancos
- e aproximadamente um terço dos voluntários tinha uma renda mensal entre 10 e 20 salários mínimos, o que sugere uma clara segmentação socioeconômica na amostra.
Ainda assim, essa conclusão é notável, especialmente em um país como o Brasil, que enfrenta questões ambientais de grande magnitude e urgência.