Atualmente, estudos indicam que o uso frequente de maconha está associado a um aumento no risco cardiovascular, revelam pesquisas.
Nesse sentido, investigando dezenas de milhares de indivíduos nos EUA, os estudos destacam que o uso recreativo da substância pode ser prejudicial.
Assim, dois novos estudos preliminares sugerem que o consumo regular e recreativo de maconha pode ampliar as chances de insuficiência cardíaca, derrame ou ataque cardíaco.
Os cientistas apresentarão as pesquisas na conferência Scientific Sessions 2023, da AHA, que ocorre nos dias 11 a 13 de novembro na Filadélfia, Estados Unidos.
Ambos os estudos consideraram que o uso da droga pode aumentar o risco cardiovascular, mesmo após ajustes para fatores como diabetes tipo 2, pressão alta e obesidade.
Em uma das pesquisas, o uso diário de maconha demonstrou aumentar o risco de insuficiência cardíaca em cerca de um terço. Mesmo quando outros fatores de risco foram levados em consideração, em comparação com aqueles que afirmaram nunca ter usado a substância.
Risco aumentado
O estudo acompanhou aproximadamente 157 mil pessoas, com uma média de idade de 54 anos, entre 2016 e 2022. Essas pessoas estavam inicialmente livres de insuficiência cardíaca ao se inscreverem no estudo.
Durante os quatro anos de pesquisa, 2.958 participantes (quase 2%) desenvolveram insuficiência cardíaca. Aqueles que relataram o uso diário de maconha apresentaram um risco 34% maior de desenvolver o problema em comparação com não usuários. Esse aumento de risco permaneceu consistente independentemente da idade, sexo ou histórico de tabagismo.
Um segundo estudo envolvendo pessoas mais velhas com diabetes tipo 2, hipertensão e colesterol alto revelou que o uso de maconha estava associado a um aumento significativo do risco de eventos cardíacos ou cerebrais agudos durante hospitalizações, em comparação com não usuários.
Os pesquisadores examinaram registros de saúde de quase 29 mil adultos com mais de 65 anos que tinham fatores de risco cardiovascular e transtorno de uso de maconha. Em comparação, dados de 10,6 mil adultos com os mesmos fatores de risco, mas sem o uso de maconha, foram analisados.
O estudo revelou que 20% dos consumidores de maconha com fatores de risco cardiovascular tinham um aumento no risco de eventos cardíacos ou cerebrais importantes durante a internação, em comparação com o grupo não usuário.
Conclusão
Apesar de não especificar a forma de consumo da maconha, os pesquisadores destacam a importância de mais estudos sobre o tema.
Além disso, enfatizam a necessidade de fornecer informações precisas à população e orientar políticas estaduais, educar pacientes e guiar profissionais de saúde.
Fonte: American Heart Association