A maioria das mudanças genéticas aleatórias causadas pela evolução são neutras. Enquanto algumas delas podem ser prejudiciais, outras são essencialmente positivas.
Estas mutações benéficas são como matérias-primas do que à frente pode ser privilegiado pela seleção natural para se espalhar de modo geral pela população.
Abaixo, conforme publicado originalmente pela Big Think, você confere algumas dessas mutações benéficas que estão ocorrendo agora com os seres humanos.
1- Aumento da densidade óssea
Nossa densidade óssea é administrada pelo gene “proteína 5 de baixa densidade associada ao receptor de lipoproteína”, ou “LRP5”. A osteoporose ocorre justamente quando há mutações neste gene. Porém, um tipo diferente de mutação atualmente está ocorrendo na LRP5, que pode garantir que sua função seja amplificada. Com isso, em breve, poderemos excluir problemas de densidade óssea de nossa lista de preocupações.
Essa descoberta ocorreu por acaso, quando um norte-americano que havia sofrido um acidente, realizou exames de raios-X que revelaram que ele e sua família possuíam ossos mais fortes e densos do que o normal. Essas pessoas parecem ser mais resistentes a lesões ou degeneração do esqueleto. Aproveitando essa descoberta, empresas farmacêuticas estão estudando a mutação para criar terapias melhores contra a osteoporose e outras doenças ósseas.
2- Resistência a doenças cardíacas
A doença cardíaca é um dos flagelos mais preocupantes dos países industrializados. Ela é um legado de nosso passado evolucionário, que nos programou para preferir alimentos de maior energia, uma vez que anteriormente eram mais escassos. No entanto, eles produtos calóricos são hoje o motivo da obstrução de nossas artérias. Ainda, não há evidências de que a evolução daqui para frente tenha o potencial de lidar com isso.
Todos os seres humanos possuem um gene de uma proteína com o nome de Apolipoproteína AI, que faz parte de um sistema que transporta o colesterol através da corrente sanguínea. A Apo-AI é um dos HDLs, já conhecido por ser benéfico para a parede das artérias.
Sabendo disso, pesquisadores descobriram que uma pequena comunidade na Itália parece ter desenvolvido uma versão mutante desta proteína. Elas possuem riscos significativamente menores de sofrerem ataques cardíacos e acidentes vasculares quando comparadas à população em geral. A indústria farmacêutica também espera usar essa mutação no desenvolvimento de um medicamento cardioprotetor.
3- Resistência à malária
Uma mutação que ocorre em uma hemoglobina chamada HbS, faz com que os glóbulos vermelhos assumam uma forma de curvatura semelhante à uma foice. Quando acontece a replicação dessa mutação apenas uma vez, desenvolvemos resistência à malária. No entanto, se ela ocorre duas vezes, acaba causando anemia falciforme.
Em 2001, pesquisadores descobriram que a população de Burkina Faso, um país africano, havia desenvolvido apenas uma cópia da mutação.
Estas, mostraram-se 29% menos propensas a contrair malária, enquanto que aquelas que desenvolveram duas cópias da mutação, foram beneficiadas de uma redução de 93% dos riscos, embora sofressem com problemas de anemia.
Jornal Ciência/ Diário de Biologia
Fotos: Reprodução / Diário de Biologia