A morte instantânea devido a um ataque cardíaco é mais frequente entre aqueles que levam um estilo de vida sedentário, conforme indicado por uma pesquisa recente publicada no European Journal of Preventive Cardiology, um periódico da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC).
As doenças cardíacas são a principal causa de morte globalmente, e a prevenção é uma prioridade crucial em saúde pública.
Atualmente, já etá bem estabelecido o impacto positivo da atividade física na prevenção de doenças cardíacas e de morte súbita em nível populacional.
Entretanto, este estudo investigou o efeito de um estilo de vida ativo versus um estilo de vida sedentário no desfecho imediato de um ataque cardíaco, uma área carente de informações.
O Estudo
Os pesquisadores analisaram dados de 10 coortes observacionais europeias, envolvendo 28.140 indivíduos saudáveis com histórico de atividade física, que experimentaram um ataque cardíaco durante o período de acompanhamento.
Nesse sentido, os participantes foram categorizados com base em seu nível semanal de atividade física: sedentário, baixo, moderado ou alto.
Foi observada uma associação entre o nível de atividade e o risco de morte por ataque cardíaco (tanto instantaneamente quanto dentro de 28 dias) em cada coorte, com os resultados posteriormente agrupados.
As análises foram ajustadas para vários fatores de risco cardiovascular. Como, por exemplo:
- idade, sexo,
- diabetes,
- pressão arterial,
- história familiar de doenças cardíacas,
- tabagismo,
- índice de massa corporal,
- colesterol no sangue,
- consumo de álcool e
- nível socioeconômico.
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Dos participantes, 17,7% faleceram dentro de 28 dias após o ataque cardíaco, sendo 62,3% desses óbitos instantâneos.
De modo geral, um maior nível de atividade física esteve associado a um menor risco de morte instantânea e fatalidade em 28 dias, de maneira dose-dependente.
Indivíduos que mantinham níveis moderados e altos de atividade física no lazer apresentaram um risco 33% e 45% menor de morte instantânea, respectivamente, em comparação com os sedentários.
Após 28 dias, essas proporções foram de 36% e 28%, respectivamente, enquanto a relação com baixa atividade não alcançou significância estatística.
Conclusões
O autor do estudo, Dr. Kim Wadt Hansen, do Hospital Bispebjerg em Copenhagen, Dinamarca, comentou os resultados da pesquisa.
“Quase 18% dos pacientes com ataque cardíaco faleceram em 28 dias, destacando a gravidade dessa condição. Descobrimos um benefício imediato da atividade física prévia no cenário de ataque cardíaco, benefício que parece persistir após 28 dias.”
“Com base em nossas análises, mesmo uma quantidade mínima de atividade física de lazer pode ser benéfica contra ataques cardíacos fatais, embora a incerteza estatística nos impeça de fazer conclusões definitivas.”
Dr. Kim Wadt Hansen.
Os autores enfatizaram no artigo a importância das análises e dos resultados que eles encontraram.
“Nossa análise conjunta fortalece as recomendações sobre atividade física semanal para adultos saudáveis, conforme declarado nas Diretrizes Europeias de 2016 sobre prevenção de doenças cardiovasculares na prática clínica; especialmente considerando os valores de corte para atividade física comparáveis aos utilizados nessas diretrizes.”
As diretrizes recomendam que adultos saudáveis realizem pelo menos 150 minutos por semana de atividade física moderada, 75 minutos por semana de atividade física aeróbica vigorosa ou uma combinação equivalente das duas.
Por fim, o Dr. Hansen concluiu: “Existem várias maneiras acessíveis de ser fisicamente ativo. Nosso estudo adiciona mais evidências ao benefício do exercício físico.”
Fonte: Comunicado de imprensa da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC).