Órion: Brasil terá laboratório de biossegurança máxima sem igual no mundo

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Em anúncio durante divulgação do novo Programa de Aceleração de Crescimento (PAC), o governo federal revelou um investimento expressivo de mais de R$7,89 bilhões destinados à ciência e tecnologia.

Entre esses fundos, um montante significativo de R$1 bilhão foi alocado para a materialização do ambicioso projeto Órion.

Um laboratório de biossegurança máxima (NB4) que tomará forma nas instalações do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), localizado em Campinas (SP).

O que torna o Órion verdadeiramente único e inovador é o fato de que, ao contrário de qualquer outra instalação no mundo, este laboratório NB4 estará diretamente conectado a uma fonte de luz síncrotron – o acelerador de partículas Sirius.

De acordo com informações divulgadas pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), essa estrutura de contenção biológica máxima permitirá a realização de pesquisas envolvendo patógenos de alta periculosidade e altamente transmissíveis, classificados nas categorias 3 e 4 da mais recente Classificação de Risco dos Agentes Biológicos.

Laboratório de biossegurança ajudará na prevenção de epidemias

Doenças como o Ebola e aquelas provocadas por vírus da família Coronaviridae, incluindo o SARS-CoV-2, responsável pela pandemia de Covid-19, se enquadram nesses critérios. Portanto, o Órion não apenas se destaca como uma estrutura de biossegurança ímpar na América Latina, como também preenche uma lacuna crucial no cenário científico global.

Com essa conquista, o Brasil solidifica sua posição como o terceiro país do continente americano – ao lado dos Estados Unidos e Canadá – a possuir a capacidade de monitorar, isolar e conduzir estudos detalhados sobre agentes biológicos. Visando o desenvolvimento de métodos diagnósticos, vacinas e tratamentos.

Mas, o Órion não é apenas um espaço para manipulação e estudo de amostras biológicas. Além de suas funções intrínsecas, esse laboratório de biossegurança máxima também terá o privilégio de usufruir de três linhas de luz exclusivas provenientes do Sirius. Uma característica singular que o torna ainda mais especial.

E é justamente por essa ligação excepcional que o projeto recebeu o nome Órion. Como homenagem à constelação que abriga a estrela mais brilhante do céu noturno – Sirius – que, por sua vez, deu nome ao próprio acelerador de partículas brasileiro.

Com previsão de conclusão até o ano de 2026, esse complexo laboratorial imponente ocupará cerca de 20 mil metros quadrados.

No entanto, antes de entrar em operação plena, o Órion enfrentará um rigoroso processo de comissionamento técnico e científico. Além de buscar certificações internacionais de segurança.

O Dr. Antonio José Roque da Silva, diretor-geral do CNPEM, ressalta que o Órion não se limitará somente às instalações de NB3 e NB4, e às estações de pesquisa com tecnologia de luz síncrotron.

Já que o projeto também abrigará laboratórios de pesquisa básica, técnicas analíticas e capacidades avançadas para imagens biológicas, como microscopias eletrônicas e criomicroscopia.

Essa integração de competências científicas em um único complexo é verdadeiramente inédita, tanto no Brasil quanto no mundo.

O Dr. Antonio José Roque da Silva destaca que um dos pilares do sucesso do laboratório Órion será o investimento na capacitação de profissionais.

Parcerias estratégicas com instituições de referência internacional e programas de treinamento no exterior estão previstos.

Ele enfatiza a realização de atividades práticas em um ambiente-modelo, conhecido como Laboratório Mockup. Onde as equipes enfrentarão condições simuladas, sob a supervisão de profissionais altamente qualificados, sem risco de manipulação de materiais infecciosos ou contágio.

O Órion não é apenas um símbolo da evolução científica do Brasil, mas também uma promessa de avanços notáveis no campo da pesquisa biológica e da saúde global

Atualmente com a construção em andamento, o país está no caminho certo para se tornar uma potência no estudo de agentes biológicos de alto risco.

E além disso, contribuir de maneira significativa na busca por soluções que possam beneficiar a humanidade como um todo.

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