Por que a proibição de psicodélicos não faz sentido

Psicodélicos como MDMA, mescalina, DMT, LSD, psilocibina e ayahuasca podem trazer mais benefícios do que danos à saúde mental, dizem especialistas.

Psicodélicos: por que um governo baniria os tratamentos psicológicos mais bem-sucedidos do mundo?

Por Aaron Kase

A psilocibina, a ayahuasca, o LSD, o MDMA e a mescalina enquadram-se no Lista I do Ato de Substâncias Controladas nos Estados Unidos. O qual as define como drogas de abuso sem valor médico, e sem a possibilidade de uso seguro, mesmo sob a supervisão de um médico. Eles são proibidos em todos os casos e situações na Grã-Bretanha, e em muitos outros países.

A classificação é absurda em face ao que se apresenta. Uma vez que todas essas substâncias têm comprovado valor médico no combate a transtornos mentais, e a maioria é perfeitamente segura para usar.

E enquanto é possível o uso abusivo de qualquer substância se não houver cuidado e moderação, relatórios de uso de psicodélico sendo útil e até mesmo a mudar a vida superam casos de danos em um grau avassalador.

Atualmente, um psiquiatra britânico está liderando uma cobrança formal por bom senso e racionalização em nossas leis de substâncias controladas.

“Nenhuma evidência indica que as drogas psicodélicas são viciantes; poucas evidências indicam que elas são prejudiciais em ambientes controlados; e muita evidência histórica mostra que elas poderiam ter utilidade em transtornos psiquiátricos comuns”, escreveu James Rucker, pesquisador do King’s College, em Londres, no British Medical Journal.

Psicodélicos demonstraram ajudar pessoas que lutam com vício, TEPT, ansiedade, depressão, autismo, TOC, enxaquecas e muito mais. Aliviando as pessoas de seu sofrimento quando todos os outros tipos de tratamento falharam.

Cientistas utilizaram muitos psicodélicos ​​abertamente e com sucesso como tratamentos nos anos 50 e 60 antes que os governos começassem a proibi-los, ressalta Rucker.

Não só as leis draconianas sobre drogas impedem as pessoas que sofrem de transtornos mentais de obterem a ajuda que precisam, como também impedem os pesquisadores de estudar as substâncias para aprender mais sobre como elas funcionam e poderem beneficiar a humanidade.

As licenças para trabalhar com psicodélicos são extremamente difíceis de obter, e a aquisição de amostras para avaliação legal das substâncias é proibitivamente caro.

Proibições legais somadas a propaganda de governo histérica sobre “drogas” contribui para um estigma social corrente também.

“Isso significa que os órgãos de financiamento de pesquisa ficam desconfortáveis com o financiamento da investigação que pode desafiar o estigma prevalecente e gerar as provas que irão confirmar ou negar a teoria de que eles poderiam ajudar as pessoas que sofrem de problemas com depressão, ansiedade, dependência de drogas e álcool, Rucker escreveu.

Ele não é o primeiro pesquisador a soar o alarme.

Há dois anos, o professor David Nutt, do Imperial College London, publicou um artigo na revista Nature Reviews Neuroscience que gerou a questão de que a proibição faz mais mal do que bem.

“A decisão de proibir essas drogas foi baseada na percepção de seus perigos, mas em muitos casos os danos foram exagerados e são realmente menores do que muitas drogas legais, como o álcool, Nutt escreveu.

“As leis nunca foram atualizadas apesar dos avanços científicos e evidências crescentes de que muitas dessas drogas são relativamente seguras.”

E a Associação Multidisciplinar de Estudos Psicodélicos está trabalhando em pesquisas com o MDMA e outros psicodélicos. Que, assim, eles esperam possam servir ​​para pressionar o governo dos EUA a mover as substâncias para uma classe menos restritiva.

No momento, as pessoas que sofrem de transtornos mentais e outras doenças cujos psicodélicos podem tratar com êxito são deixados com a escolha de viver com a sua dor ou fraudar a lei.

“Esse obstáculo à pesquisa e à terapia é motivado pela política, não pela ciência. É um dos exemplos mais escandalosos de censura científica nos tempos modernos”, escreveu Nutt.

 Via Reset.me

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