Ensinamentos budistas: O que o budismo nos ensina sobre autoperdão?

Vejamos o que o budismo nos ensina sobre autoperdão…

Saudações, navegantes!

Em meio há tantas ocupações em nossa mente vivendo na Roda do Samsara, eu sou mais um ser que se pergunta: como se livrar das dores do passado e das projeções sobre o futuro? Para assim viver plenamente a dádiva nos concedida, o presente?

Infindáveis são os caminhos, pode ser, pois me parece certo que cada pessoa possui dentro de si a força necessária para realizar a mudança que desejar. Em prol da sua liberação do sofrimento aqui e agora.

Então porque algumas vezes é tão difícil? Sinceramente uma das transformações mais difíceis do ser humano realizar em si mesmo é em relação ao próprio ego… E isso envolve diretamente as palavras perdão e autoperdão.

Este é um assunto que a meu ver somente cada um pode saber a respeito de si mesmo. Ou seja, se é capaz de ser honesto com o que perdoou ou não em você e nos outros.

Mas se você chegar à conclusão que nada perdoou até hoje, não se culpe, ao menos está no caminho certo. Pois, estamos aqui para aprender sobre nós mesmos, e não importa o quanto isso não corresponda as nossas expectativas, e nunca é tarde.

Autoperdão x Certo e Errado

Perdoar está diretamente relacionado ao nosso julgamento de certo e errado, concluímos facilmente. O que é certo para mim pode não ser para o outro, é disso que dependerá o que tenho ou não para perdoar. Mas, na verdade não…

Só o que existe é o sentimento negativo gerado por ações passadas e que cria novas dores no presente e no futuro. Isso, por não conseguirmos olhar para o que nos causou a dor e continuar agindo da mesma maneira.

Sofremos porque não conseguimos admitir a existência dos fatos sem nos apegar ou sentir aversão por eles. Pois, permanecemos presos às nossas idealizações de bom e mal, de como gostaríamos de ser ou que as pessoas e situações fossem.

Nos falta aceitação da verdade existencial de tudo.

Cada pessoa possui o livre arbítrio. Tal condição lhe permite tomar a decisão de como olhar para si mesmo, para o mundo e como levar a própria vida em cada pensamento e ação.

Quantas vezes não é preferível assumir a postura de vítima? Culpando sempre alguém ou alguma coisa, tudo e todos pelas situações desde que veio ao mundo? Ao invés de seguir como guerreiros que tem de ser firmes, sem autopiedade, para serem curadores de si mesmos.

É mais fácil pensar que estou assim porque tenho motivos, do que pensar: eu estou assim porque estou escolhendo pensar assim.

Quando eu aceito que tenho desejos e medos, aceito que não existe a maldade de fato em minha direção, apenas as coisas que não são do jeito que eu gostaria que fossem.

Desse modo, quando cultivamos cada vez mais a consciência imparcial dos fatos só temos duas escolhas:

  • aceitar e perdoar o que passou, e portanto parar de sofrer;
  • ou sofrer eternamente sem olhar para os pensamentos e sentimentos negativos e sem praticar o perdão e o autoperdão.

O que eu mesmo faço para que assim seja minha vida?

Quando Buda nos disse que ninguém pode nos fazer mal a não ser a nossa própria mente pensamos que é disso que ele falava.

Até mesmo a posição que você tanto deseja e tem medo de perder será de fato a melhor para sua realização? E o que esse apego por ela pode te ensinar?

É meu amigos… por mais doloroso que possa parecer, trata-se de enfrentar nossos monstros encobertos pelo medo e conclusões gravadas no inconsciente.

Estamos falando de autoconhecimento, de aprofundarmos em nós mesmos para que realizemos as mudanças de padrões em nós mesmos que tanto queremos no mundo. Percebamos que tudo se passa dentro de nós, e o mundo é nosso espelho.

Não existem garantias de que você será mais feliz a partir de hoje aplicando este ensinamento budista. Mas como guerreira nesse mundo, tudo que posso fazer é mostrar um pouco do caminho que vou trilhando. E compartilhar com vocês que por mais triste e traumática que possa ser sua história, vale a pena deixar o sofrimento e a ilusão. Pela liberdade de uma vida com uma mente mais saudável e alegre.

Portanto, não pense que eu não tenho minhas próprias histórias e desafios diários! Mas aprendi que não sou ferida na verdade, porém, me sinto ferida se quiser. Ou seja, nada pode me ferir emocionalmente se eu não me apegar à ideia que faço do outro, ou de mim, ou da situação. Pois, nós apenas nos afastamos uns dos outros como se não fossemos todos um, e isso é uma ilusão.

Somos todos um

Então, se não fizerdes nada hoje para mudar vossa situação em relação ao que pensa sobre si e o mundo, que direitos tem de reclamar dos pensamentos e ações de teus semelhantes?

É essencial parar e olhar para nós mesmos e enxergarmos o quanto criamos condições de sofrimento para nós e os outros. Hoje vejo que ainda que não se queira fazer nenhum mal a quem se ama, quando nos fazemos infelizes, descontando em nós mesmos sentimentos como raiva, angústia, frustração, inveja e pessimismo, também causamos mal àqueles que nos querem bem e estão ao nosso lado.

Assim, vemos o quanto somos iguais na criação do sofrimento. Então, acho de devemos parar um pouco de culpar uns aos outros e realmente perdoar nossa ignorância por achar que devemos perdoar apenas aos outros e não a nos mesmos.

Quando vemos que necessitamos de autoperdão, estamos admitindo que somos todos criadores das nossas condições boas e ruins e estaremos seguindo um passo a mais em direção à nossa libertação.

Olhando para nossos sentimentos (inconscientes) por trás de nossas ações, com o tempo pode-se honestamente melhorar alguns padrões de comportamento que sempre se repetem em nossa vida, gerando as condições que conscientemente não queremos.

Sendo assim, sinto que é mais gratificante compreender a existência como além do ser humano cheio de desejos e medos necessários à sobrevivência. Aconselho a ver toda a existência como expressão da natureza e como as Leis da Natureza são perfeitas.

Para nos auxiliar neste caminho de autoconhecimento cada um deve saber o que lhe tem valor. De todo modo trouxemos para a luz da consciência alguns ensinamentos budistas sobre o autoperdão.

Sigamos com eles…

“Quando escolhemos seguir em frente apesar de nossos erros passados para conectar e lidar abertamente com o que quer que esteja em nossa realidade agora, com esperança e gentileza, este é um momento de autoperdão.

Fazendo o que podemos para criar conexão ao invés de criar distância, honrar a nós mesmos e aos outros ao invés de criticar e culpar, isto é auto-perdão. Estas ações saudáveis são também modos de perdoar a vida pelo fato que nosso passado não foi o que queríamos ou que precisávamos. Cada dia, podemos escolher em nos apresentar para a vida apenas como ela é, determinados a levar o nosso melhor para ela.”

SisterJewel (Chau Nghiem) –  Monja da tradição de Plum Village

Mensagem de Buda Gautama sobre autoperdão

“Compreendei que a declaração: “Deus é o único poder que pode atuar”, é um mantra ao fogo sagrado que consome a causa e o núcleo dos erros.

Extraí o veneno da víbora que tenta envergonhar-vos e acusar-vos dos erros passados. E compreendei que em cada queda ou tropeço se encontra uma mina de ouro de lições, de crescimento e de sabedoria. É crucial reconhecer os erros e aprender com eles.

Estudai os seus padrões para que possais compreender o âmago das questões, a causa por trás do efeito. E ao recolherdes a sabedoria proveniente dos vossos erros, recebereis o poder e sereis capazes de evitá-los antes que eles se acumulem num momentum na vossa consciência”.

“Libertai-vos da mentira de que o mal é uma parte da vossa verdadeira natureza e da natureza da vossa alma. Reconhecei o véu de energia que foi sobreposto sobre vós como uma mortalha, abafando a vossa alma. Ele impediu o fluxo do sopro do Espírito Santo – prana e ki eterno – que diariamente limparia, purificaria e renovaria a vossa vida.”

Do livro: Mensagens de Buda – As dez perfeições recebidas por Elizabeth Clare Prophet.

NÃO VOS APEGUEIS QUER AOS VOSSOS “CERTOS” – QUER AOS VOSSOS “ERRADOS”

“Abençoados corações,

Se aceitamos o erro ou o ego como algo sumamente real, então não há esperança de salvação. Sim, porque o fruto da salvação não está nas boas obras, ou más obras, por si, mas sim, na renúncia ao erro e à consciência errônea – que foram os próprios criadores do ego humano – e na compreensão de que o fator que muda tudo, é a concentração da alma na vontade de Deus, é a sintonização da alma com essa vontade.

O importante não é que estejais certos ou errados, mas que não vos apegueis quer aos vossos “certos” quer aos vossos “errados”.

E com esse ‘não apego’, a resolução da vossa vida estará em tudo o que proceder de vós, terá como resultado uma ação certa, uma consciência certa, metas certas, o uso acertado da mente – um certo que é a “Certeza” (o certo) de Deus! 

Assim, afastai-vos do Mal, não porque seja real, mas por ser irreal, e por não fazer parte de Deus!“. Mestre El Morya Khan

Gratidão!

Sigamos com muita paz e amor no coração.

Namastê!

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