Estudo: alucinógeno de cogumelos promoveu conforto e alívio da ansiedade a pessoas com câncer

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Alucinógeno Conforta Pacientes Fatalmente Doentes em Pesquisa

O alucinógeno psilocibina, encontrado nos ‘cogumelos mágicos‘ parece seguro para o tratamento da ansiedade sentida por pacientes que têm câncer terminal avançado, de acordo com um estudo piloto publicado em 2010.

Os resultados do estudo em pequena escala, na Califórnia, forneceram evidência preliminar de que o composto psilocibina pode reduzir a ansiedade e melhorar o humor desses pacientes sem efeitos nocivos.

Estudos separados estavam em andamento em duas universidades.

“Não houve efeitos adversos fisiológicos do tratamento e não houve efeitos adversos psicológicos. Ninguém teve uma viagem ruim, Ninguém teve uma reação de ansiedade ruim”.

Dr. Charles Grob, pesquisador do estudo, e que atua no Centro Médico Harbour-UCLA e no Instituto de Pesquisa Biomédica de Los Angeles, em Torrance.

O estudo foi o primeiro em mais de 35 anos a examinar o uso de alucinógenos como terapia psiquiátrica para pacientes enfrentando a morte, de acordo com os pesquisadores.

No entanto, Grob disse, “envolveu apenas uma dúzia de participantes, e a dose que receberam foi modesta.”

“Neste momento, estamos apenas com muito cuidado, cautelosamente abrindo a porta novamente a um modelo de pesquisa antigo que foi fechado há muitas décadas”, disse Grob.

Pesquisa psiquiátrica com alucinógenos

Anteriormente, cientistas já conduziram a pesquisa psiquiátrica sobre alucinógenos na década de 1950 até a década de 1970, e isso mostrou resultados promissores, disse Grob.

No entanto, após esse período de avanço, ocorreu uma interrupção nas pesquisas com alucinógeno.

Pois, o uso recreativo popular levou a casos de abusos da substância, incluindo pessoas que acabaram sofrendo distúrbios psicológicos.

Como resultado, as drogas alucinógenas antes vistas como promissoras para a medicina, psicologia e psiquiatria passaram a ser consideradas um problema de saúde pública.

“Existiram complexidades nos anos 60 que eu acho que deixaram mais difícil de se lidar. Na última década, os pesquisadores voltaram a examinar se os alucinógenos têm benefícios psiquiátricos”, disse Gorb.

O estudo piloto

Nesse estudo, 12 participantes com idades entre 36 e 58 anos, todos com câncer em estágio avançado, participaram de duas sessões de tratamento de seis horas. Que ocorreram com várias semanas de intervalo.

Em uma sessão, os participantes receberam psilocibina, que tem efeitos psicológicos semelhantes ao LSD.

Na outra, eles receberam um placebo, a niacina, que tem alguns efeitos sobre o corpo, como rubor, mas não altera o estado de espírito de uma pessoa.

Depois de tomar a droga ou o placebo, os participantes deitaram e ouviram música durante várias horas, enquanto usavam vendas nos olhos.

Então, eles foram entrevistados para avaliar as mudanças em seu humor e ansiedade, e as entrevistas de acompanhamento prosseguiram por seis meses.

Benefícios medicinais

Os pacientes que tomaram psilocibina relataram uma redução geral em sua ansiedade durante os seis meses seguintes. Com a maior redução acontecendo do primeiro ao terceiro mês. Também, observou-se uma diminuição significativa da depressão na marca de seis meses.

Os pacientes disseram que sentiram que a droga contribuiu para sua melhora emocional, disse Grob.

“Indivíduos afirmaram e nos disseram que acreditaram que era de grande valor”, disse Grob.

Pesquisas anteriores sobre alucinógenos usaram doses muito maiores de psilocibina, e os pesquisadores suspeitam que o efeito sobre a ansiedade pode ser mais nítido com doses maiores.

Dois outros estudos sobre o potencial de alucinógenos na redução da ansiedade para aqueles com câncer de estágio avançado estavam sendo conduzidos na época na Universidade de Nova York e no Instituto Johns Hopkins, disse Grob, e esses pesquisadores têm permissão para usar doses um pouco maiores.

 “Seus resultados podem ser um avanço no nosso estudo, vamos ter que esperar e ver”, disse Grob na época.

O estudo da Califórnia obteve o financiamento do Instituto de Pesquisa Heffter, da Fundação Betsy Gordon e da Fundação Nathan Cummings. [Via Live Science]

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