As origens comunistas do 8 de março: uma história de luta e conquista

Foto do dia 8 de Março de 1917 mostrando mulheres em protesto comunista durante greve das operárias têxteis de Petrogrado na Rússia.

O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, é uma data que carrega em sua origem a força e a perseverança das mulheres na luta por seus direitos.

Apesar de hoje ser comemorado em todo o mundo, muitas vezes com um enfoque mais comercial e menos político, o 8 de Março nasceu de um movimento profundamente enraizado nos ideais socialistas e comunistas.

A Greve de 1917 e o Pão e Paz:

De fato, as operárias têxteis de Petrogrado (atual São Petersburgo) desempenharam um papel fundamental na Revolução Russa de 1917.

Em 8 de março de 1917 (23 de fevereiro no calendário juliano então em vigor na Rússia), elas iniciaram uma greve que se espalhou rapidamente por toda a cidade e se transformou em um levante popular.

As trabalhadoras protestavam contra as más condições de trabalho, os baixos salários e a escassez de alimentos. Além disso, elas também estavam cansadas da guerra e da repressão do governo czarista.

Assim, a greve das operárias têxteis foi o estopim da Revolução de Fevereiro, que derrubou o czar Nicolau II e levou à criação de um governo provisório.

Nesse sentido, as mulheres continuaram a ter um papel ativo na Revolução Russa, participando de protestos, comícios e até mesmo combatendo na guerra civil.

Algumas das principais líderes das operárias têxteis de Petrogrado foram:

  • Alexandra Kollontai
  • Nadezhda Krupskaya
  • Inessa Armand

Essas mulheres eram todas socialistas e estavam comprometidas com a luta por uma sociedade mais justa e igualitária. Elas inspiraram outras mulheres em todo o mundo a se unirem à luta pelos seus direitos.

A greve das operárias têxteis de Petrogrado foi um evento histórico importante que marcou o início de uma nova era para as mulheres na Rússia e no mundo.

O Início de um Movimento Global:

O levante das mulheres em Petrogrado teve um efeito dominó em todo o país, inspirando outras greves e manifestações. Em 1921, a Segunda Conferência Internacional das Mulheres Comunistas, realizada em Moscou, oficializou o 8 de Março como o Dia Internacional da Mulher.

Clara Zetkin e a Internacionalização da Data:

A socialista alemã Clara Zetkin, figura central na luta pelos direitos das mulheres, foi uma das principais responsáveis pela internacionalização da data. Em 1910, durante a Conferência Internacional Socialista das Mulheres, realizada em Copenhague, Zetkin propôs a criação de um dia anual para celebrar as conquistas das mulheres e fortalecer a luta por seus direitos.

Um Legado de Luta e Inspiração:

As origens comunistas do 8 de Março nos lembram da importância da luta pela igualdade de gênero e pela justiça social. As mulheres que se mobilizaram em 1917 e as líderes que as inspiraram abriram caminho para as conquistas que as mulheres desfrutam hoje.

Ainda Há Muito a Ser Feito:

Embora tenhamos avançado muito desde 1917, ainda há muito a ser feito para alcançar a verdadeira igualdade de gênero. As mulheres ainda enfrentam disparidades salariais, violência doméstica, falta de oportunidades e outros desafios.

O 8 de Março como Símbolo de Resistência:

No contexto atual, o 8 de Março se torna ainda mais relevante como um símbolo de resistência e luta contra a opressão e a desigualdade. É um dia para celebrar as conquistas das mulheres, mas também para renovar o compromisso com a luta por um futuro mais justo e igualitário.

Honrando o Legado do 8 de Março:

No dia 8 de Março, lembremos das origens comunistas da data e do legado de luta e conquista das mulheres que nos antecederam. Continuemos a lutar por um mundo onde todas as mulheres tenham seus direitos plenamente respeitados.

A Socióloga Maria Lygia Quartim de Moraes relembra estopim da Revolução Russa:

Referências:

Imagens: Blog Efemérides do Émefallo

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