O curioso caso do fungo que prometia o orgasmo feminino

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Conheça a história do fungo Phallus cinnabarina supostamente capaz de aumentar o desejo sexual e o orgasmo feminino.

Na exuberante paisagem da Ilha do Havaí, onde as lembranças de erupções vulcânicas ancestrais persistem, um enigma botânico ganhou fama: um misterioso fungo que supostamente tinha o poder de despertar o desejo feminino como um afrodisíaco formidável.

Esse intrigante capítulo na história dos afrodisíacos foi revelado por John Holliday e Noah Soule em um estudo publicado em 2001 na prestigiada revista International Journal of Medicinal Mushrooms.

Neste relato, mergulhamos nas camadas deste enigma botânico, explorando tanto o glamour quanto os desafios científicos que envolvem essa curiosa descoberta.

Nas brumas da ilha, cresce o possível gênero Dictyophora, um fungo que, segundo os relatos, teria o poder de provocar orgasmos femininos. Em um estudo com 19 corajosas participantes, alegou-se que quase metade delas experimentou orgasmos espontâneos ao inalar o aroma desse enigmático fungo.

A explicação por trás desse fenômeno sugeria que os componentes voláteis dos esporos poderiam compartilhar semelhanças com neurotransmissores ativados durante o ápice do prazer íntimo.

No entanto, à medida que essa narrativa se espalhou, uma intrigante lenda também emergiu. Ao lado do estudo científico, a história de Makealani, a filha do antigo rei havaiano Kupakani, ecoou pelas páginas da história. Makealani, ao experimentar o aroma de uma planta misteriosa, viu-se envolta em êxtase e paixão, entregando-se a um intenso desejo sexual. No entanto, à medida que essa narrativa se desenrola, a linha tênue entre a realidade e o mito começa a se revelar.

Havaí; foto Havaí; ilhas havaianas; imagem havaí

Contudo, assim como a lava vulcânica que molda as paisagens havaianas, a verdade também emergiu, revelando nuances ocultas nessa trama botânica.

A repórter da National Geographic, Christie Wilcox, assumiu a missão de desvendar esse enigma. Através de uma jornada de exploração científica, Wilcox lançou luz sobre os mistérios envolvendo esse suposto afrodisíaco.

Em sua busca, Wilcox e seu parceiro embarcaram em uma odisséia olfativa, experimentando diretamente o aroma do famoso fungo. No entanto, suas experiências foram longe de proporcionar êxtase ou prazer. Em vez disso, eles foram recebidos por um aroma repugnante que rapidamente desmistificou as alegações de prazer orgástico.

A verdade desvendada: o alardeado afrodisíaco revelou-se um pesadelo olfativo, afastando qualquer indício de romantismo ou excitação.

Apesar disso, a lenda persiste, ecoando pelas colinas verdejantes da cultura popular, juntamente com outros notórios afrodisíacos. Assim, o infame fungo se mantém como um símbolo peculiar de desejo, ao lado de aspargos, bananas e até chifres de rinoceronte.

Nesta jornada pelo enigma do fungo afrodisíaco, descobrimos que nem sempre a realidade é tão exuberante quanto as lendas que a cercam.

A busca por prazeres mágicos muitas vezes nos leva por caminhos inesperados, onde a ciência e a mitologia se entrelaçam, deixando-nos com perguntas não respondidas e curiosidades que continuam a inspirar histórias cativantes.

Fonte: Texto de Sergio Fuentes Antón para o The Conversation via BBC

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