Aromaterapia: estudo mostra que inalar aromas durante o sono aumenta a capacidade cognitiva

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Neurocientistas da Universidade da Califórnia, Irvine, observaram que pessoas expostas a aromas durante o sono tiveram um aumento significativo da capacidade cognitiva.

Os participantes desse estudo que inalaram óleos essenciais apresentaram um aumento de 226% na capacidade cognitiva em comparação ao grupo de controle.

Para a pesquisa os indivíduos designados para o grupo de enriquecimento olfativo receberam um difusor de aromas (da marca Diffuser World).

E sete óleos essenciais: rosa, laranja, eucalipto, limão, hortelã-pimenta, alecrim e lavanda. Todos da The Essential Oil Company, Portland, OR em frascos de vidro que se encaixam no difusor.

Quando uma fragrância percorreu os quartos de adultos mais velhos por duas horas todas as noites durante seis meses, as memórias dispararam.

Aparentemente o enriquecimento olfativo mínimo administrado à noite produz melhorias no funcionamento cognitivo e neural.

Naturalmente fornecendo um caminho eficaz e de baixo esforço para melhorar a saúde do cérebro.

Detalhes do estudo com aromas

Agora, pesquisadores afirmam que essa descoberta transforma a relação há muito conhecida entre o olfato e a memória em uma técnica fácil e não invasiva para fortalecer a memória. E até mesmo potencialmente evitar a demência.

A realização do projeto se deu através do Centro de Neurobiologia da Aprendizagem e Memória da UCI, sendo que envolveu homens e mulheres com idades entre 60 e 85 anos sem comprometimento de memória.

Todos os participantes foram orientados a ligar o difusor ao irem para a cama, e o aroma foi liberado no ar durante a noite por 2 horas. Além disso eles variaram entre os 7 diferentes aromas sendo um a cada noite.

Os indivíduos do grupo de controle também receberam um difusor de aromas e seguiram o mesmo comportamento que os participantes do enriquecimento olfativo. Porém receberam garrafas que continham água destilada com uma quantidade mínima indetectável de odorante adicionado.

Estes também foram instruídos a trocar o frasco de aroma diariamente antes de irem para a cama e continuaram essa rotina em casa por 6 meses.

Para ter certeza de que estavam em uso durante o estudo, os frascos de óleos aromatizantes para ambos os grupos foram rotulados com o nome do aroma e foram pesados antes da distribuição. Depois eles pesaram novamente os frascos após 6 meses.

As pessoas do grupo que inalaram aromas mostraram um aumento de 226% no desempenho cognitivo em comparação com o grupo de controle. Isso foi medido através de um teste de lista de palavras para avaliar a memória.

Imagens revelaram melhor integridade na via cerebral chamada fascículo uncinado esquerdo.

Essa via, que conecta o lobo temporal medial ao córtex pré-frontal de tomada de decisões, se torna menos robusta com a idade. Além disso, os participantes também relataram dormir com mais tranquilidade.

Conexão entre o olfato a memória e doenças neurológicas

Há muito tempo os cientistas sabem que a perda da capacidade olfativa, ou habilidade de sentir o cheiro, pode prever o desenvolvimento de quase 70 doenças neurológicas e psiquiátricas.

Essas incluem Alzheimer e outras demências, Parkinson, esquizofrenia e alcoolismo.

Atualemente evidências estão surgindo sobre uma ligação entre a perda do olfato devido à COVID e a subsequente diminuição cognitiva.

Pesquisadores descobriram anteriormente que expor pessoas com demência moderada a até 40 odores diferentes 2 vezes ao dia, ao longo do tempo, aumentou suas memórias e habilidades linguísticas. Bem como aliviou a depressão e melhorou suas capacidades olfativas.

Então a equipe da UCI decidiu transformar esse conhecimento em uma ferramenta fácil e não invasiva para combater a demência.

A realidade é que, após os 60 anos de idade, o sentido olfativo e a cognição começam a declinar rapidamente. No entanto, não é realista pensar que pessoas com comprometimento cognitivo poderiam abrir, cheirar e fechar 80 frascos de odorizante diariamente. Isso seria difícil mesmo para aqueles sem demência.

Michael Leon, professor de neurobiologia e comportamento e pesquisador do CNLM

A primeira autora do estudo, cientista do projeto Cynthia Woo, disse: “É por isso que reduzimos o número de aromas para apenas sete, expondo os participantes a apenas um de cada vez, ao invés de múltiplos aromas usados simultaneamente em projetos de pesquisa anteriores.

Ao tornar possível para as pessoas experimentarem os cheiros enquanto dormem, eliminamos a necessidade de reservar tempo para isso durante as horas de vigília todos os dias.”

Desse modo os pesquisadores afirmam que os resultados do estudo confirmam o que os cientistas aprenderam sobre a conexão entre o olfato e a memória.

“O sentido olfativo tem o privilégio especial de estar diretamente conectado aos circuitos de memória do cérebro.” Disse Michael Yassa, professor e titular da Cadeira James L. McGaugh na Neurobiologia da Aprendizagem e Memória.

Diretor do CNLM, ele atuou como investigador colaborador nessa pesquisa. “Todos já experimentaram como os aromas são poderosos em evocar recordações, mesmo de muito tempo atrás. No entanto, ao contrário das alterações visuais que tratamos com óculos e aparelhos auditivos para problemas de audição, não houve intervenção para a perda do olfato.”

Aromaterapia no tratamento cognitivo

Futuramente a equipe deseja estudar o impacto da técnica em pessoas com diagnóstico de perda cognitiva.

Bem como também esperam que a descoberta leve a mais investigações sobre terapias olfativas para o comprometimento da memória.

Mostramos que mesmo um enriquecimento olfativo mínimo, fornecido à noite, é suficiente para induzir uma melhora na cognição e na função neural. Esse tipo de enriquecimento sensorial pode ser particularmente útil, pois é de baixo custo, bem como de baixo esforço. Este tipo de enriquecimento também parece ser capaz de melhorar com sucesso a capacidade cognitiva de indivíduos que vivem com demência.

(Cha et al., 2022)

Em breve um produto baseado nesse estudo e projetado para uso doméstico deve chegar ao mercado neste outono.

O estudo da equipe está disponível na revista Frontiers in Neuroscience e recebeu apoio da Procter & Gamble.

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