
Você já deve ter notado que, durante uma aula de yoga ou meditação, as mãos e os dedos tomam posições específicas, como as mãos em prece no início e fim da prática, ou unindo o polegar e o indicador para meditar.
Pois bem, esses gestos não são aleatórios. Eles são selos energéticos sagrados, conhecidos como mudras.
No yoga, tudo tem um propósito, e os mudras não são diferentes. Eles são uma ferramenta poderosa para aprofundar sua prática, tanto física quanto mentalmente.
A palavra mudra tem acento?
Ambas as grafias, mudra ou mudrá, estão corretas para o termo original em sânscrito (मुद्रा), que significa “selo”, “gesto” ou “marca”.
A grafia “mudra” é a mais comum no português brasileiro e é amplamente usada no contexto do Yoga, budismo e dança indiana para se referir a gestos simbólicos feitos com as mãos que visam equilibrar corpo e mente, concentrar a energia e promover a presença.
Mudrás no ioga
A palavra mudrá vem do sânscrito e pode ser traduzida como “selo” ou “gesto”. Nesse sentido, um mudra é uma posição ou gesto simbólico que tem como objetivo direcionar e canalizar o fluxo de energia vital, o prana, pelo corpo.
De acordo com textos clássicos do yoga, como o Hatha Yoga Pradipika, os mudras são gestos que ajudam a “selar” o prana dentro do corpo, evitando sua dispersão e direcionando-o para os canais de energia, os nadis.
Dessa forma, essa energia direcionada auxilia no despertar da consciência e na ativação dos chakras, os centros energéticos do corpo.
Embora existam diversos tipos de mudras, incluindo aqueles que envolvem o corpo inteiro (kaya mudras) e a consciência (citta mudras), os mais conhecidos e praticados são os hasta mudras, que são os gestos feitos com as mãos.
O significado dos dedos
A ciência do yoga ensina que cada um dos cinco dedos da mão representa um dos cinco elementos básicos da natureza:
- Polegar: Fogo (Agni)
- Indicador: Ar (Vayu)
- Médio: Espaço (Akasha)
- Anelar: Terra (Prithvi)
- Mínimo: Água (Jala)
Assim, ao unir ou tocar esses dedos de diferentes maneiras, criamos circuitos que direcionam a energia, influenciando nossa saúde física e mental.
Benefícios dos mudras
A prática regular dos mudras oferece uma variedade de benefícios:
- Aumento do foco e da concentração: Ao direcionar o prana, os mudras ajudam a acalmar a mente, reduzindo a dispersão e promovendo um estado de meditação mais profundo.
- Equilíbrio energético: Cada mudra atua em um ou mais chakras, ajudando a harmonizar a energia do corpo. Por exemplo, o Gyan Mudra (união do polegar e indicador) ajuda a equilibrar o elemento ar, acalmando o sistema nervoso e promovendo clareza mental.
- Melhora da saúde física: Acredita-se que os mudras podem ajudar a aliviar uma série de condições físicas, como problemas digestivos e dores de cabeça, ao atuar nos pontos de pressão das mãos.
Mudras essenciais para a sua prática
Para começar, aqui estão alguns mudras simples e poderosos que você pode incorporar na sua prática diária:
Anjali Mudra: As mãos em posição de prece (como na foto acima). É um gesto de reverência, respeito e união do lado direito e esquerdo do corpo.
Gyan Mudra: Une o polegar (fogo) e o indicador (ar). Um dos mudras mais comuns para a meditação, ele aumenta a concentração, melhora a memória e acalma a mente.

Prithvi Mudra: Une o polegar (fogo) e o anelar (terra). Ajuda a fortalecer o corpo, a estabilizar a mente e a trazer uma sensação de aterramento.

Mas lembre-se, ao adicionar os mudras à sua prática, tenha em mente que a intenção é o mais importante.
Portanto, conecte-se com o gesto, sinta a energia fluindo e observe como seu corpo e mente respondem.
Referências Bibliográficas
- Iyengar, B.K.S. (2014). Luz sobre o Yoga. Editora Pensamento.
- Saraswati, Swami Satyananda. (2014). Asana Pranayama Mudra Bandha. Yoga Publications Trust.
- Taimni, I.K. (2013). The Science of Yoga. The Theosophical Publishing House.