O uso naturalístico de psilocibina está associado a melhorias persistentes na saúde mental e no bem-estar.
Isso, de acordo com os resultados de uma nova pesquisa prospectiva e longitudinal.
Nos últimos tempos, o psicodélico clássico psilocibina, encontrado em algumas espécies de cogumelos, tem despertado um renovado interesse na pesquisa clínica, revelando benefícios potenciais para a saúde mental em ensaios preliminares.
O uso naturalístico da psilocibina fora dos ambientes de pesquisa tem aumentado nos últimos anos, embora os dados sobre o impacto na saúde pública desse uso ainda sejam limitados.
Métodos
Este estudo prospectivo e longitudinal consistiu em seis pesquisas sequenciais baseadas na internet, automatizadas, que coletaram dados de adultos que planejavam usar psilocibina fora da pesquisa clínica:
- no momento do consentimento,
- duas semanas antes,
- no dia anterior,
- de um a três dias depois,
- duas a quatro semanas depois
- e dois a três meses depois do uso de psilocibina.
Resultados
- Uma amostra de 2.833 entrevistados completou todas as avaliações iniciais aproximadamente duas semanas antes do uso de psilocibina,
- 1.182 completaram a pesquisa de acompanhamento de duas a quatro semanas após o uso
- e 657 completaram a pesquisa de acompanhamento final dois a três meses após o uso de psilocibina.
Os participantes eram principalmente homens brancos com ensino superior, residentes nos Estados Unidos, com histórico prévio de uso de psicodélicos; idade média = 40 anos.
Os participantes usaram principalmente cogumelos de psilocibina secos (dose média = 3,1 gramas) para fins de “autoexploração”.
Os dados longitudinais prospectivos coletados antes e depois de uma experiência planejada com psilocibina mostraram, em média:
- reduções persistentes na ansiedade, depressão e abuso de álcool,
- aumento da flexibilidade cognitiva, regulação emocional, bem-estar espiritual e extroversão
- além de redução no neuroticismo e esgotamento após o uso de psilocibina.
No entanto, uma minoria de participantes (11% de duas a quatro semanas e 7% de dois a três meses) relatou efeitos negativos persistentes após o uso de psilocibina.
Como, por exemplo, flutuações de humor ou sintomas depressivos.
Discussão
Os resultados deste estudo, a maior pesquisa prospectiva sobre o uso naturalístico de psilocibina até o momento, respaldam o potencial da psilocibina para promover melhorias duradouras nos sintomas de saúde mental e no bem-estar geral.
Além disso, é um passo significativo no entendimento dos benefícios possíveis desse composto em nossa jornada rumo a uma saúde mental aprimorada e uma vida mais plena.
Portanto, continuaremos a acompanhar e explorar esses desenvolvimentos com entusiasmo.
Fonte: Frontiers