Um novo estudo afirma que a espessura da retina pode ser um indicativo de possíveis riscos relacionados a doenças cardíacas e pulmonares.
Sendo assim, um exame comumente realizado em consultórios oftalmológicos surge como uma potencial ferramenta para detectar precocemente o desenvolvimento dessas condições.
Nesse sentido, pesquisadores exploraram a ideia de prever a probabilidade de uma pessoa desenvolver enfermidades cardíacas e pulmonares por meio de exames de retina.
Então, realizaram um estudo recentemente publicado no periódico Science Translational Medicine, que baseou-se em dados do UK Biobank. Um extenso banco de dados médicos contendo informações anônimas sobre a saúde e genética de aproximadamente meio milhão de indivíduos no Reino Unido.
Utilizando uma técnica não invasiva chamada tomografia de coerência óptica (OCT em inglês), os pesquisadores obtiveram imagens das retinas de 44.828 participantes.
Lembrando que essa é um exame comum em consultórios oftalmológicos para avaliar o risco de doenças oculares.
Espessura da retina e sinais de doenças
Os resultados apontaram que pessoas com retina mais fina possuem um maior risco de desenvolver doenças pulmonares, como bronquite ou enfisema.
Nazlee Zebardast, da Harvard Medical School e uma das autoras do estudo, sugere que esse exame ocular pode oferecer pistas sobre a saúde global do corpo.
Na pesquisa, imagens da retina, dados genéticos e big data foram combinados para estimar o risco de:
- doenças cardíacas,
- metabólicas e
- pulmonares.
A equipe identificou uma associação entre o afinamento das camadas da retina e um aumento no risco dessas condições, corroborando descobertas anteriores que vinculavam a espessura da retina à saúde geral do corpo.
Embora a relação exata entre a espessura da retina e a saúde global ainda não seja compreendida, os pesquisadores estão otimistas quanto às implicações futuras do estudo.
Apesar da inovação, os médicos e cientistas ainda desconhecem a natureza da conexão entre a espessura da retina e a saúde do corpo em sua totalidade.
Contudo, os autores do estudo planejam realizar estudos prospectivos, acompanhando indivíduos ao longo de anos para avaliar o risco de desenvolver doenças cardíacas ou pulmonares.
Por fim, se novas pesquisas confirmarem a hipótese, os exames de imagem da retina poderão se tornar métodos úteis e não invasivos para monitorar a saúde.