Pesquisa aponta mudanças climáticas como o principal fator por trás da seca recorde na Amazônia.
O estudo, conduzido por cientistas da World Weather Attribution (WWA), consórcio internacional focado em eventos climáticos extremos, aponta que as mudanças climáticas causadas pela ação humana desempenharam um papel significativo na pior seca em pelo menos meio século na região amazônica.
Os cientistas destacam que as populações mais pobres e isoladas foram as mais afetadas, com os efeitos da seca sendo agravados pelo desmatamento e queimadas.
Além disso, advertem que, se não houver uma redução significativa no uso de combustíveis fósseis, os eventos climáticos extremos, como a seca que observamos, se tornarão mais frequentes.
O estudo, envolveu 13 cientistas de diferentes países, e analisou dados históricos de precipitação, evapotranspiração da floresta e temperatura em toda a Bacia Amazônica.
Os resultados indicam que, em condições sem aquecimento causado pelo homem, uma seca dessa magnitude poderia ocorrer a cada 1.500 anos.
No entanto, as mudanças climáticas aumentaram a probabilidade em cerca de 30 vezes, prevendo agora ocorrências a cada 50 anos.
O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) destacou a redução do desmatamento na Amazônia e compromissos climáticos do governo brasileiro.
Nesse sentido, os cientistas alertam que a redução drástica das emissões de gases do efeito estufa é fundamental para evitar eventos climáticos extremos futuros.
A pesquisa também destaca a importância da Amazônia como barreira climática e fonte de biodiversidade.
E por fim, alerta sobre os riscos de ultrapassar um possível “ponto de não retorno” que poderia levar a consequências irreversíveis para a floresta tropical.
Fonte: BBC Brasil