Por que as pessoas enxergam cores que os cães não conseguem? Agora sabemos a resposta

Ciência descobre por que seres humanos enxergam cores que os cães não são capazes de ver. (Imagem: Pexels)

Por qual razão os seres humanos veem cores que os cães não enxergam? Descobertas revelam o motivo por trás disso em retinas cultivadas em laboratório.

Uma pesquisa divulgada na revista PLOS Biology desvendou por que os humanos podem enxergar uma variedade de cores que escapam à percepção de cães, gatos e outros mamíferos.

Através de retinas humanas desenvolvidas em placas Petri no laboratório, os cientistas identificaram como uma ramificação da vitamina A gera células especializadas.

E assim, descobriram que isso é o que permite os seres humanos enxergarem milhões de cores.

‘Esses organoides retinais nos possibilitaram, pela primeira vez, estudar essa característica específica do ser humano. É uma grande questão sobre o que nos torna humanos, o que nos torna diferentes.’

destacou Robert Johnston, professor associado de biologia na Universidade Johns Hopkins nos EUA.

Ácido retinóico e cones vermelhos

A equipe de pesquisa concluiu que a molécula denominada ácido retinóico é determinante para a especialização de cones. Ou seja, um dos tipos de fotoreceptores oculares que detectam a luz vermelha ou verde.

Somente humanos com visão normal e alguns primatas desenvolvem o fotoreceptor vermelho.

A descoberta revela o contrário da crença anterior, que sugeria que os cones vermelhos se formavam aleatoriamente.

Nesse sentido, a nova pesquisa indica que essas células se materializam por meio de uma sequência específica de eventos orquestrados pelo ácido retinóico no olho.

Johnston explicou: ‘Ainda pode haver alguma aleatoriedade nisso, mas nossa grande descoberta é que você produz ácido retinóico no início do desenvolvimento.’

Essas descobertas têm potencial para contribuir para a compreensão de condições como daltonismo, perda de visão relacionada à idade e outras enfermidades ligadas às células fotorreceptoras.

Cones verdes e vermelhos

Os cones verdes e vermelhos, apesar de sua semelhança, divergem pela presença da opsina, uma proteína que detecta a luz e informa ao cérebro as cores percebidas.

A equipe, por meio de uma técnica inovadora, monitorou as sutis diferenças genéticas nos organoides ao longo de 200 dias, manipulando a população de cones verdes e vermelhos.

Robert Johnston ressaltou a complexidade ao afirmar: ‘Se essas células determinassem o comprimento de um braço humano, as diferentes proporções resultariam em comprimentos de braço incrivelmente diferentes.’

Apesar de uma compreensão incompleta sobre como as proporções variáveis afetam a visão humana, a equipe continua explorando esses aspectos.

Olhando para o futuro, os pesquisadores buscam aprofundar a compreensão de doenças como a degeneração macular, almejando desenvolver tratamentos para auxiliar pessoas com problemas de visão.

Johnston conclui otimista: ‘A esperança futura é ajudar pessoas com esses problemas de visão. Vai levar algum tempo, mas saber que podemos produzir diferentes tipos de células é muito, muito promissor.’

*Com informações do site MedicalXpress

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