Gene causador de câncer também desempenha um papel crucial no envelhecimento, mostra estudo

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Um gene chamado Myc (pronuncia-se “mick”), que é um dos principais impulsionadores do câncer em camundongos e humanos, também desempenha um papel recém-descoberto crucial no envelhecimento.

Isso de acordo com um novo estudo da Cell Reports realizado por pesquisadores do UPMC Children’s Hospital of Pittsburgh e da University of Pittsburgh School of Medicine.

A pesquisa, liderada por Edward V. Prochownik, M.D., Ph.D., Professor Paul C. Gaffney de Pediatria na Divisão de Hematologia/Oncologia no UPMC Children’s e professor no Departamento de Microbiologia e Genética Molecular, tem implicações para novas formas de terapia contra o câncer.

O gene Myc é tradicionalmente difícil de estudar porque ao retirar eles de embriões de camundongos, os animais morrem antes do nascimento.

Isso dá indícios de que tal gene desempenha papéis fundamentais no crescimento e desenvolvimento normais.

De acordo com Prochownik, isso tornou virtualmente impossível compreender o papel do Myc além dessa fase embrionária.

Para superar esse obstáculo importante, Prochownik e sua equipe esperaram até que os camundongos tivessem cerca de 1 mês de idade para inativar o gene.

Dado o quão importante o Myc é tanto para os tecidos normais quanto para o câncer, uma pergunta crítica que tínhamos era se esses camundongos morreriam assim como os embriões.

Aguardamos nervosamente nos primeiros dias após a eliminação do gene no primeiro grupo de camundongos, e ficamos aliviados ao descobrir que eles sobreviveram.

Isso nos permitiu estudar os camundongos por muito mais tempo, o que sempre esperávamos fazer.

Edward V. Prochownik.

Dentro de semanas após a eliminação do Myc, os pesquisadores observaram que os camundongos começaram a envelhecer rapidamente.

Pois eles tinham pelos mais grisalhos, perdiam parte de sua pelagem e estavam mais fracos, menos coordenados e menos ativos do que camundongos normais da mesma idade cronológica.

Eles também desenvolveram muitas anormalidades metabólicas frequentemente associadas ao envelhecimento.

No entanto, apesar de envelhecerem mais rápido, os camundongos viveram até 20% mais.

“No começo, não conseguíamos explicar a descoberta intrigante de que os camundongos que envelheciam rapidamente viviam mais”, disse Prochownik.

“A resposta ficou clara apenas no final do estudo, quando compilamos os resultados de autópsias em camundongos que morreram naturalmente. A taxa de câncer nos camundongos com o gene Myc suprimido foi mais de três vezes menor do que nos camundongos normais.”

Prochownik especula que os camundongos sem o gene Myc, que é tão importante para o desenvolvimento do câncer, não foram capazes de desenvolver tumores.

Essa teoria tem apoio na descoberta de que, dos poucos tumores que ocorreram nos camundongos com gene inativo, a maioria reexpressou o Myc. Indicando que os tumores tendiam a surgir de uma pequena população de células que conseguiu escapar da inativação do Myc desde o início.

A equipe também analisou vários milhares de tecidos de pessoas e camundongos jovens e idosos.

Em ambas as espécies, o envelhecimento normal foi associado a um declínio gradual na expressão do Myc. Mas não o suficiente para evitar o surgimento de vários tipos de câncer.

Algumas pessoas vivem até os 100 anos e permanecem saudáveis e ativas, enquanto outras envelhecem rapidamente e morrem aos 65″, disse Prochownik.

“O que diferencia essas pessoas? Outros estudos mostraram que o Myc é expresso em níveis diferentes em indivíduos diferentes, e suspeitamos que pessoas com níveis naturalmente mais baixos de Myc envelheçam mais rapidamente do que aquelas com níveis altos.”

A desregulação do Myc tem sido associada ao desenvolvimento de vários tipos de câncer infantil e adulto.

Então muitas empresas farmacêuticas e pesquisadores, incluindo o próprio Prochownik, estão trabalhando no desenvolvimento de medicamentos que inibam o Myc para desacelerar ou reverter o crescimento de tumores.

“Porque o Myc é expresso em tantos tipos de câncer, se você tivesse um medicamento que pudesse atacar esse gene, ele poderia ser amplamente aplicável”, disse Prochownik.

“Mas nosso estudo sugere que você precisa ter muito cuidado por causa dos efeitos colaterais potenciais de envelhecimento prematuro, especialmente se estiver desenvolvendo esse tipo de medicamento para tratar câncer em crianças.”

Fonte: Universidade de Pittsburg via News Medical

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