Entenda como a leitura é capaz de aprimorar a Inteligência Emocional
Você sabia que a prática da leitura de obras de ficção pode desempenhar um papel fundamental no desenvolvimento da inteligência emocional, especialmente das crianças? É exatamente sobre isso falaremos neste artigo.
Primeiramente, é importante compreender o conceito de Quociente Emocional (QE). Este índice representa a capacidade de uma pessoa lidar com suas emoções, algo essencial para alcançar o sucesso na vida, uma vez que a interação social é inerente à natureza humana.
Portanto, para estabelecer relacionamentos mais construtivos, é crucial possuir a habilidade de compreender e gerir as próprias emoções, o que, por sua vez, abre portas tanto na esfera pessoal quanto na profissional.
Qual a utilidade da inteligência emocional?
Estudos científicos têm confirmado os benefícios do desenvolvimento do QE, que incluem:
- Sucesso em áreas acadêmicas e profissionais.
- Relações interpessoais mais duradouras.
- Adoção de hábitos mais saudáveis.
- Melhoria na qualidade de vida.
O QE exerce uma grande influência na tomada de decisões, na capacidade de enfrentar desafios e no alcance de metas. Portanto, é essencial estimulá-lo desde cedo.
Uma criança com alta inteligência emocional demonstra maior empatia, sendo capaz de identificar e expressar suas próprias emoções. Esse nível elevado de QE permite que a criança se coloque no lugar dos outros, o que contribui para a prevenção do bullying, tanto em relação ao cometimento quanto à autodefesa. Essas habilidades são levadas para a vida adulta.
Essa criança também tem a capacidade de regular e controlar suas reações às emoções que experimenta. Por exemplo, diante de uma frustração, ela pensará nas maneiras de superá-la, em vez de chutar os brinquedos.
O QE elevado permite que uma criança se coloque no lugar das pessoas ao redor. Isso evita problemas como o bullying, tanto para cometer como na hora de saber se proteger. Essas são habilidades levadas para a vida adulta.
O que os testes de QE revelam?
Existem duas perspectivas principais em relação ao desenvolvimento do QE. Uma delas sugere que ele se desenvolve à medida que a pessoa envelhece, enquanto a outra argumenta que ele se desenvolve durante a infância e diminui no início da idade adulta.
Os testes de QE avaliam a maturidade emocional, a motivação intrínseca e a empatia, levando em consideração indicadores como:
- Reconhecimento das próprias emoções.
- Habilidade de expressar emoções.
- Empatia.
- Motivação intrínseca.
- Construção de relacionamentos positivos.
- Habilidade de autorregulação emocional.
- Capacidade de lidar com problemas.
Para diminuir aqui um pouco da guerra entre os sexos, saiba que não há diferenças significativas entre os índices de QE em homens e mulheres.
O que existe, na verdade, é uma diferença no peso de certos aspectos da inteligência emocional em cada gênero.
É importante destacar que a ênfase dada a diferentes aspectos da inteligência emocional pode variar entre os gêneros. Pesquisas indicam que as mulheres tendem a apresentar maior aptidão para a empatia e relações interpessoais, enquanto os homens demonstram maior segurança, independência e otimismo, além de maior capacidade de lidar com o estresse e controlar impulsos. Vale ressaltar que essas diferenças complementam as características de ambos os gêneros.
QE vs. QI
O Quociente de Inteligência (QI) é um conceito amplamente conhecido, medindo habilidades cognitivas como vocabulário, compreensão verbal e raciocínio.
Nas últimas décadas, houve um foco significativo na avaliação do QI das crianças, levando muitos pais a preencher o tempo de seus filhos com atividades para seu desenvolvimento cognitivo. No entanto, é importante entender que, além de um alto QI, o desenvolvimento do QE das crianças desempenha um papel crucial em seu sucesso.
Segundo o autor David Goleman, em seu livro “Inteligência Emocional” (1995), o QI representa apenas 20% dos fatores determinantes para o sucesso. O autor também enfatiza a importância do nível financeiro e educacional da família, sorte, temperamento e o QE individual.
Refletindo brevemente sobre isso, pense em seus colegas de escola ou faculdade com os quais você ainda mantém contato. Agora, considere se aqueles com as melhores notas são, necessariamente, os mais bem-sucedidos atualmente. É provável que haja uma variedade de trajetórias de sucesso, ilustrando que um alto QI é importante, mas não é o único fator determinante, a menos que seja um “Quem Indica”. Conforme Goleman sugere, é necessário ter inteligência emocional para aplicar eficazmente o QI.
Então, o QI deve ser trabalhado juntamente com as habilidades socioemocionais. Afinal, o QI tem potencial limitado sem um bom índice de QE.
Estudos associam a leitura à inteligência emocional
Aumentar o QE traz benefícios significativos para as habilidades emocionais e sociais, reduzindo a probabilidade de problemas de saúde mental e comportamentais, além de contribuir para o sucesso acadêmico.
Diversos estudos, incluindo um realizado pela Associação Americana de Psiquiatria que analisou o impacto da leitura de “Harry Potter”, indicam que a leitura de obras de ficção pode aumentar o QE e reduzir preconceitos em relação a minorias.
Outra pesquisa publicada na revista “Science” em 2013 concluiu que a leitura de ficção promove o desenvolvimento da teoria da mente, ajudando as pessoas a compreender que os outros têm crenças, intenções, desejos, conhecimentos e intenções diferentes.
A mentalização, ou teoria da mente, diz respeito à capacidade de atribuir e representar estados mentais independentes, em si e nos outros.
Isso leva à compreensão e à reflexão de que as outras pessoas têm crenças, intenções, desejos, conhecimentos e intenções diferentes.
Um estudo conjunto das universidades de Rochester e Princeton mostrou que até pequenas doses de ficção podem ter um impacto imediato na capacidade de leitura de expressões faciais, na habilidade de ver o mundo sob a perspectiva dos outros e na capacidade de adivinhar os sentimentos das pessoas em situações específicas.
Isso sugere que aqueles que leem ficção regularmente podem experimentar melhorias contínuas e mais substanciais. Resultados semelhantes foram observados em outros estudos, utilizando diferentes métodos de pesquisa.
Desenvolvendo a empatia através da leitura
Ler contos, fábulas, quadrinhos e romances oferece uma maneira eficaz de aumentar o QE, ao mesmo tempo que estimula o desenvolvimento do raciocínio cognitivo.
Na vida cotidiana, é difícil compreender plenamente as perspectivas dos outros, uma vez que não temos acesso direto aos pensamentos das pessoas. Portanto, é comum julgar os outros a partir de nossa própria perspectiva de mundo.
A leitura de histórias que apresentam realidades diferentes permite o desenvolvimento da empatia, uma vez que os leitores se colocam no lugar dos personagens, criando conexões emocionais com eles. A empatia começa no momento em que uma criança escolhe um livro na biblioteca, atraída pela trama.
Quanto mais ricas forem as descrições dos personagens e do contexto da história, mais imerso o leitor fica na situação retratada. Isso possibilita uma compreensão profunda das emoções, motivações e decisões dos personagens, permitindo que o leitor experimente alegria em seus triunfos e tristeza em seus desafios. Isso, meus amigos, é empatia!
Com o tempo, os personagens das histórias se tornam referências implícitas de comportamento, destacando a importância da seleção criteriosa de livros, especialmente para crianças.
Fonte: Blog LÊ