Tenha consciência que o silêncio acalma e te coloca no presente – simples assim! Só que não…
Afim de entender melhor isso e praticar? É o que recomendo.
Esse texto contém maravilhosas explanações pelas palavras do autor e mestre espiritual Eckhart Tolle, no qual enxergo a forma de compreender a totalidade da vida e da consciência muito próxima do meu entender, mas o que tenho em habilidade para palestrar, me falta para escrever. Assim, Tolle, como outros autores que muito admiro, tem aquele dom de escrever de forma que seja fácil entender opiniões sobre assuntos complexos como a mente e nossos pensamentos. Isso pode ser apenas mais uma conclusão minha ao me ver lendo e compreendendo suas obras, só sei que escolho a dedo as palavras que no momento me trazem algum discernimento na busca mais profunda. Lembre-se que esse espaço é dedicado aquilo que estamos aprendendo e vivenciando.
Desse modo, é a nossa missão de viver a própria vida que nos conduz aos temas que abordamos no blog e ao desejo de compreendê-los.
Assim, compartilho com vocês trechos e reflexões começando pelo silêncio…
“Quando você percebe o silêncio, instala-se imediatamente uma calma alerta no seu interior. VOCÊ ESTÁ PRESENTE. Nesses momentos você se liberta de milhares de anos de condicionamento humano e coletivo.
Quando você olha para uma árvore e percebe a calma da árvore, você também se acalma. Você sente uma unidade com tudo que percebe na calma e através dela. Sentir sua unidade com todas as coisas é AMOR.
O silêncio ajuda, mas você não precisa dele para encontrar a calma. Mesmo se houver barulho por perto, você pode perceber a calma por baixo do ruído, do espaço em que surge o ruído.
Esse é o ESPAÇO INTERIOR DA PERCEPÇÃO PURA, DA PRÓPRIA CONSCIÊNCIA.
Você pode se dar conta dessa percepção como um pano de fundo para tudo o que seus sentidos apreendem, para todos os seus pensamentos. Dar-se conta da percepção é o início da calma interior. Qualquer barulho perturbador pode ser tão útil quanto o silêncio.
De que forma? Abolindo sua resistência interior ao barulho, deixando-o ser como é. Essa aceitação também leva você ao reino da paz interior que é calma. Sempre que aceitar profundamente o momento como ele é – qualquer que seja a sua forma – você experimenta a calma e fica em paz.”
Na calma manifesta-se o estado de consciência pura sem qualquer forma
Mas como encontrar a calma? Como colocar a atenção nela? Veja como Tolle nos orienta com seus aprendizados…
“Preste atenção nos intervalos – o intervalo entre dois pensamentos, o curto e silencioso espaço entre as palavras e frases numa conversa, entre as notas de um piano ou de uma flauta ou o intervalo entre a inspiração e a expiração. Quando você presta atenção nesses intervalos, a percepção de “alguma coisa” se torna apenas percepção. Dentro de você surge a pura consciência desprovida de qualquer forma. Você deixa então de identificar-se com a forma. A verdadeira inteligência atua silenciosamente. A calma é o lugar onde a criatividade e a solução dos problemas são encontrados.
Nesse ponto o autor nos faz uma pergunta Será que a calma e o silêncio são apenas a ausência de barulho e de conteúdo? Isso nos remete à algumas reflexões: tenho visto como experiência própria quantas pessoas pensam que atividades como meditar e ficar em silêncio é perda de tempo, até conhecerem, claro! Depois ficam pra praticar e contar a história. Uma das campeãs das confusões de conceitos é: Fazer yoga é só meditar e ficar parado? Aqui as vítimas da falta do conhecimento sobre o que são: a filosofia yoga, meditação e o próprio ficar parado… Que no caso, neste texto vamos aprofundar na importância de “ficar parado” observando o lado positivo da situação.
(Você pode se interessar também por nosso conteúdo de yoga e meditação)
Na verdade o silêncio e o “não fazer nada” são tão importantes quanto a atividade física e intelectual, pois ajudam a manter a qualidade da saúde e de todos os órgãos. Além do mais, nenhuma energia pode manifestar-se sem a oposta. Hoje se sabe que pesquisas e profissionais recomendam os momentos de relaxamento diariamente, em separado do sono, evidentemente. O momento de silêncio e calma – o relax é quando seu nível de estresse e preocupação diminui – permitindo ao seu organismo se revigorar, recuperando danos celulares e energia para estar ativo nas melhores condições. Portanto a resposta da questão é definitivamente NÃO. A calma e o silêncio não são apenas ausência de barulho e conteúdo.
É aqui que entramos na CONSCIÊNCIA.
Como esclarece Tolle, o silêncio e a calma constituem o que é chamado de consciência básica, da qual provêm todas as formas de vida. A inteligência propriamente dita. A forma de vida que você pensa é que vem dessa consciência e é sustentada por ela. Essa consciência (inteligência) é a essência das galáxias mais complexas e de todas as folhas mais simples. É a essência de todas as flores, pássaros e demais formas de vida.
“A calma é a única coisa no mundo que não tem forma. Na verdade, ela não é uma coisa nem pertence a este mundo. Quando você olha num estado de calma para uma árvore ou uma pessoa, quem está olhando? É algo mais profundo do que você. A consciência está olhando para a sua própria criação.”
A CALMA CLAREIA SUA MENTE E ISSO É TUDO QUE VOCÊ PRECISA PARA AGIR MELHOR.
Por vezes Tolle nos questiona: “Você precisa saber mais coisas do que já sabe? O que a humanidade precisa hoje é de mais sabedoria para viver. A sabedoria vem da capacidade de manter a calma e o silêncio interior. Veja e ouça apenas. Não é preciso mais, além disso. Manter a calma, olhando e ouvindo, ativa a inteligência que existe dentro de você. Deixe que a calma interior oriente suas palavras e ações.”
Concentração no silêncio
Quando ficamos atentos e levamos atenção ao silêncio em cada intervalo de pensamento percebemos aquilo que não víamos antes, porque estando com a mente ocupada a visão fica turva.
Nesse estado é possível agir partindo da sua intuição e deixar a consciência (inteligência) agir através de você.
Pode acreditar, com o tempo perceberá que sem se esforçar as ações adequadas para a situação surgem a partir da observação atenta, calma e silenciosa.
“Preste mais atenção ao silêncio do que aos sons. Prestar atenção ao silêncio exterior cria um silêncio interior, e a mente fica serena. Um portal está se abrindo. Cada som nasce no silêncio e morre no silêncio.
Sua curta duração é cercada pelo silêncio. O silêncio torna possível que o som aconteça. É uma parte intrínseca, mas não manifesta de cada som, cada nota musical, cada melodia, cada palavra.
O Não Manifesto está presente neste mundo como silêncio. Essa é a razão pela qual dizem que nada neste mundo é tão parecido com Deus quanto o silêncio.
Só o que temos de fazer é prestar atenção a ele. Mesmo durante uma conversa, fique consciente dos espaços entre as palavras, dos curtos espaços de silêncio entre as frases. Ao fazer isso, uma dimensão de serenidade cresce dentro de você.
Não conseguimos prestar atenção ao silêncio sem que, ao mesmo tempo, estejamos serenos em nosso interior. O silêncio está do lado de fora e a serenidade dentro de nós. Você penetrou no Não Manifesto.”
Confiança na ação consciente
Em meio a tantos pensamentos e informações, é fácil sermos confundidos e não sabermos ao certo como agir em situações e relacionamentos da vida em sociedade. Eu aprendi que basta confiar na intuição, na maioria das situações, desde que você realmente tente e faça isso. Entregar-se à sabedoria que existe independente de nossos desejos e medos em cada experiência, isso pode produzir a sensação maravilhosa de liberdade real (no agora), principalmente para pessoas perceptivas e preocupadas.
Eckhart nos dá uma certa segurança no caminho quando concorda com a noção de mundo de muitos estudiosos da consciência e neurocientistas que “em você, como em cada ser humano, existe uma dimensão de consciência bem mais profunda que o pensamento.” Sendo isso a essência de quem você é.
Podemos chamá-la de presença, de percepção, de consciência livre de condicionamentos. Nos antigos ensinamentos religiosos, essa consciência é o Cristo interior ou a sua natureza do Buda. Se você consegue RECONHECER, mesmo esporadicamente, que os pensamentos que passam por sua cabeça são meros pensamentos, se você consegue dar conta dos padrões que se repetem em suas reações mentais e emocionais, é sinal de que essa dimensão de consciência está emergindo. Ela é o espaço interno em que o conteúdo de sua vida se desdobra.
Você não é o seu pensamento. Controle-o.
A corrente do pensamento tem uma enorme força que pode muito facilmente levar você de roldão.
Pois cada pensamento TEM A PRETENSÃO DE SER EXTREMAMENTE IMPORTANTE.
Assim, cada pensamento quer sugar sua completa atenção. Não leve seus pensamentos a sério! Com que facilidade as pessoas ficam aprisionadas nas armadilhas de seus pensamentos.
Como a mente humana tem um imenso desejo de saber, de compreender e de controlar, ela confunde opiniões e pontos de vista com a verdade.
Pois suas opiniões e pontos de vista não passam de um punhado de pensamentos.
Mas a realidade é outra coisa. Ela é um todo unificado em que todas as coisas se interligam e nada existe em si e por si. Pensar fragmenta a realidade, cortando-a em pequenos pedaços, em pequenos conceitos.
Finalizando…
Por fim, hoje faço das palavras do mestre as minhas: “Não leia apenas com a mente.
Tome cuidado com o senso de identificação dentro de você. Não há nenhuma verdade espiritual que eu possa lhe contar que já não esteja no seu interior.
Só o que posso fazer é chamar sua atenção para algumas coisas que talvez estejam esquecidas. A sabedoria da vida – antiga, mas ainda assim sempre nova – é então ativada dentro de cada célula do seu corpo.”
Entregue-se à vida sendo como uma expressão da inteligência intrínseca contida na natureza. Tente apenas viver cada momento do dia atentamente, com consciência. Então perceba como isso contribui para o seu bem-estar!
Boas práticas!
Fonte: Livro O poder do silêncio.