O remédio para depressão pós-parto que acaba de ser aprovado pela FDA é oral e diminui os sintomas com mais rapidez do que o fármaco intravenoso.
Um marco significativo foi alcançado com a recente aprovação pela Food and Drug Administration (FDA), a agência reguladora dos Estados Unidos, da primeira formulação oral destinada ao tratamento da depressão pós-parto (DPP).
Desenvolvido pela Sage Therapeutics, o medicamento denominado Zurzuvae é um avanço notável em comparação ao fármaco intravenoso anteriormente aprovado, brexanolona.
Este último, apesar de ter obtido a aprovação em 2019, enfrentou restrições devido à necessidade de uma infusão hospitalar de 60 horas, com um custo elevado de 34.000 dólares.
Zurzuvae, uma pílula especialmente formulada para abordar a condição pós-parto, demonstrou sua superioridade nos ensaios clínicos em relação ao brexanolona.
Além disso, tem se destacado pela velocidade de resposta em comparação aos demais antidepressivos.
Desse modo, os resultados dos testes clínicos revelaram que as mulheres que seguiram o tratamento com Zurzuvae exibiram redução nos sintomas depressivos em um período de quatro a seis semanas, em comparação ao grupo que recebeu placebo.
Para avaliar a eficácia os pesquisadores utilizaram instrumentos psiquiátricos padronizados.
Os estudos também evidenciaram que Zurzuvae apresenta efeitos colaterais mais leves em comparação à administração intravenosa, que frequentemente causa sonolência e tontura.
Tiffany Farchione, chefe de psiquiatria do Centro de Avaliação e Pesquisa de Medicamentos da FDA, destacou a importância dessa nova opção terapêutica.
Ela enfatizou que a disponibilidade de um tratamento oral representará uma alternativa valiosa para muitas mulheres que enfrentam desafios emocionais intensos, inclusive riscos à saúde.
A depressão pós-parto é uma condição grave e, em casos extremos, potencialmente fatal, caracterizada por sentimentos de tristeza, culpa e inutilidade.
E assim sendo ela pode desencadear até pensamentos autolesivos ou direcionados ao filho.
O tratamento convencional inclui a prescrição de antidepressivos juntamente com apoio psicológico.
Porém a resposta terapêutica pode demorar muito diante de uma condição que pode persistir por semanas, meses ou até mesmo anos.
Portanto, com a introdução de Zurzuvae no cenário terapêutico, espera-se que haja uma ampliação nas opções de tratamento.
E que a abordagem da depressão pós-parto alcance um novo patamar de eficácia e acessibilidade.